O árbitro e o VAR de São Paulo x Palmeiras, Ramon Abatti Abel e Ilbert Estevam, foram suspensos por 40 dias pelo STJD nesta quarta-feira (19) por erros na condução do clássico São Paulo 2 x 3 Palmeiras, pelo Brasileirão, em que o Tricolor reclamou de pênalti e expulsão não marcados.
Os dois foram enquadrados no artigo 259 do CBJD, que trata de “deixar de observar as regras da modalidade”. A pena poderia chegar a 120 dias, mas o Tribunal optou por um gancho menor, ainda passível de recurso das defesas. Na prática, a suspensão tende a tirar a dupla de qualquer escala até o fim da temporada de 2025.
No julgamento, o STJD revisitou os lances que inflamaram o Choque-Rei do dia 5 de outubro: um pênalti não marcado do volante Allan em Tapia dentro da área são-paulina e uma falta de Andreas Pereira em Marcos Antônio, interpretada como apenas cartão amarelo em campo, além de outro possível vermelho para Gustavo Gómez. Em todos esses momentos, o São Paulo ainda vencia por 2 a 0, antes da virada palmeirense por 3 a 2.
A atuação da arbitragem também levou ao banco dos réus os dirigentes são-paulinos Carlos Belmonte e Rui Costa. Citados na súmula por xingamentos após o apito final, eles conseguiram converter uma possível suspensão em simples advertência com base no artigo 258, que trata de conduta contrária à disciplina. Na descrição do árbitro, um dos dirigentes disparou “vai tomar no c…, uma vergonha”, frase usada pelo STJD como exemplo do clima de pressão em cima da equipe de arbitragem.
A decisão desta quarta-feira encerra o primeiro capítulo jurídico da polêmica, que começou com afastamento imediato da dupla pela CBF e termina agora com punição formal do STJD. Enquanto Ramon Abatti Abel e Ilbert Estevam cumprem o gancho de 40 dias e aguardam eventual recurso, o episódio reforça o debate sobre transparência do VAR e qualidade da arbitragem em jogos decisivos do Campeonato Brasileiro.