Capitão da seleção inglesa, Harry Kane revelou no fim de semana que o time está desenvolvendo um repertório de jogadas ensaiadas inspirado no futebol americano para a Copa do Mundo de 2026. A ideia é aproveitar ainda mais as bolas paradas depois da campanha perfeita nas Eliminatórias e usar esse tipo de lance como arma principal nos mata-matas.
Kane contou que a seleção inglesa está montando um verdadeiro “manual” de jogadas para faltas, escanteios e laterais ofensivos, com variações pensadas para cada adversário. “A ideia é ter, de certa forma, um livro de jogadas ao estilo da NFL”, disse o atacante, explicando que a meta é ter um repertório pronto para escolher a melhor opção de acordo com o tipo de marcação rival – por zona ou individual.
O camisa 9, fã assumido da NFL, comparou o plano de bolas paradas da Inglaterra a um manual tático do futebol americano, e contou que muitas dessas rotinas são treinadas mais na prancheta e em vídeo do que em sessões longas de campo, para ganhar tempo na preparação para o Mundial disputado em Estados Unidos, México e Canadá.
Segundo Kane, o trabalho é liderado pelo auxiliar Anthony Barry e pelo analista de bolas paradas Paul Quilter, que já haviam se destacado no Chelsea e agora transferem o método para a seleção. A força dessa estratégia aparece nos números: cerca de 25% dos gols ingleses nas Eliminatórias saíram em cobranças de falta ou escanteio, além dos pênaltis convertidos, algo ressaltado em reportagens britânicas que ligam o plano também à influência recente do Arsenal nesse tipo de jogada.
O centroavante lembrou que o foco em bola parada não é novidade para o país, citando as campanhas ao chegar à semifinal da Copa de 2018 e à decisão da Euro em 2021. “No fim das contas, o time mais forte nas bolas paradas normalmente acaba sendo o melhor time do torneio”, resumiu Kane, ao defender que organização e criatividade nessas situações podem decidir confrontos equilibrados em grandes torneios.
A fala veio em meio à empolgação com a reta final das Eliminatórias: a Inglaterra encerrou a participação com campanha perfeita, oito vitórias em oito jogos, 22 gols marcados e nenhum sofrido, com o próprio Kane marcando duas vezes na vitória por 2 a 0 sobre a Albânia, em Tirana. Um dos gols nasceu justamente de um escanteio, reforçando o discurso do capitão de que, com um “playbook” afinado, a bola parada pode ser o diferencial na busca pelo primeiro título mundial desde 1966.