Lenda do bobsled brasileiro, baiano Edson Bindilatti mira 6ª participação nos Jogos Olímpicos de Inverno

Lenda do bobsled brasileiro, baiano Edson Bindilatti mira 6ª participação nos Jogos Olímpicos de Inverno

Redação Alô Alô Bahia

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José Mion/Alô Alô Bahia

Maddie Meyer/Getty Images via COB

Publicado em 29/10/2025 às 09:27 / Leia em 3 minutos

A 100 dias do início dos Jogos Olímpicos de Inverno Milão-Cortina 2026, o Brasil se aproxima de um momento histórico com um de seus maiores nomes da modalidade. Edson Bindilatti, baiano de Camamu, está prestes a tentar a vaga para aquela que pode ser sua sexta participação olímpica, após ter competido em Salt Lake City 2002, Turim 2006, Sochi 2014, PyeongChang 2018 e Pequim 2022. A partir de novembro, ele liderará o bobsled brasileiro na reta final da qualificação para os Jogos.

Bindilatti iniciou sua trajetória no trenó como pusher em 2002 e foi breakman em 2006, assumindo a pilotagem a partir de 2014. Em 2024, ao lado de Edson Martins, Rafael Souza e Erick Vianna, alcançou o melhor resultado da história do Brasil no four-man em um Mundial, com o 13º lugar em Lake Placid, nos Estados Unidos. Experiente, ele mantém a ambição sob controle, mas não esconde o desejo de seguir fazendo o país avançar.

“Temos a humildade. A responsabilidade de representar o Brasil em Jogos Olímpicos é muito grande, o Brasil é gigantesco, o Brasil é imenso, e o Brasil vem crescendo a cada ciclo olímpico nos esportes de inverno. Mas sonhar é algo grandioso, temos a possibilidade de realizar em nossos pensamentos. Uma medalha olímpica sabemos o quanto é difícil, mas não falamos em medalha, e, sim, em melhorar nosso resultado”, conta.

A caminhada quase havia sido encerrada após Pequim 2022. Contudo, mudanças nas regras de qualificação e o desenvolvimento de novos pilotos levaram ao seu retorno. “Eu me aposentei em 2022, mas me convenceram a voltar justamente porque mudaram umas regras de qualificação. Na época, o nosso piloto em desenvolvimento ainda não tinha pilotado o four-man. Então, a confederação, por segurança, pediu para eu voltar, para tentar qualificação também”, diz.

De volta à rotina intensa de treinamentos, o baiano afirma que o retorno foi acertado. “Estou gostando bastante e tenho certeza de que foi uma decisão acertada. Ainda tenho muitos objetivos para o futuro. Talvez treinar a equipe do Brasil. Estar envolvido na modalidade, de certa forma, porque eu acredito que essa evolução que nós tivemos não pode parar, a gente tem que continuar mantendo alto rendimento”, afirma.

Aos 46 anos, o atleta vive uma segunda fase da carreira esportiva. Ele, que viveu parte da juventude em Ilhéus e construiu sua base esportiva no atletismo antes de migrar para o bobsled, foi decatleta, conquistando nove títulos brasileiros, além de conquistas sul-americanas e ibero-americanas. Ele afirma que o histórico no atletismo foi fundamental para sua longevidade.

“Por conta de eu ter a facilidade de fazer várias provas, várias modalidades esportivas, eu também aprendi a cuidar bem do meu corpo. Acho que por isso eu consigo ter uma longevidade maior no esporte, graças a essa minha base dentro do atletismo. O decatlo me ajudou bastante”, analisa.

Orgulhoso do que ajudou a construir, Bindilatti observa uma realidade muito diferente da que encontrou no início da carreira, quando o Brasil ainda dava seus primeiros passos nos esportes de inverno. “Eu fico muito orgulhoso e feliz por ver a evolução dos esportes de inverno. Lá atrás a gente começou desbravando, abrindo a floresta. Hoje muitos atletas quando chegam já entendem mais sobre as modalidades, tanto o bobsled como outras modalidades também, não só gelo, mas neve. Tenho certeza de que no futuro próximo a gente pode ver medalhas em Jogos Olímpicos de Inverno”, acredita.

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