A Ernst & Young apresentou um diagnóstico ao Corinthians que identifica contratos com cláusulas prejudiciais e aponta a recuperação judicial como uma alternativa diante do avanço das dívidas. O encontro ocorreu no Parque São Jorge e envolveu a cúpula do clube, incluindo o presidente Osmar Stábile.
Segundo o relatório, o passivo que era de R$ 2,2 bilhões em junho de 2024 já está na casa de R$ 2,7 bilhões. A consultoria também estimou potencial de otimização de R$ 84 milhões/ano em oito frentes de gestão e sugeriu, além do RCE, caminhos como plano extrajudicial ou recuperação judicial — processo que suspende cobranças por tempo determinado e reorganiza dívidas sob supervisão judicial.
Na análise contratual, a EY se debruçou sobre sete acordos com pontos “lesivos”, citando como exemplo a renovação do fornecimento de alimentos e bebidas até 2030 na Neo Química Arena e o contrato do estacionamento com a Indigo, que prevê faturamento mínimo difícil de atingir após a pandemia.
O documento também registra risco de novos transfer bans por condenações na Fifa e na CAS, e afirma que o clube perdeu a capacidade de honrar compromissos a partir de setembro de 2024, cenário que embasa a avaliação de medidas mais duras.
Em nota, o Corinthians disse ter recebido os executivos da EY e afirmou: “o relatório corrobora a situação financeira do clube sem apresentar fatos novos que a atual diretoria já não esteja tomando providências.”, ressaltando que os contratos analisados estão protegidos por sigilo. A direção afirma já adotar providências.