A 2ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro manteve John Textor no controle da SAF do Botafogo nesta segunda-feira (13) e determinou que a disputa societária com a Eagle seja reavaliada em câmara arbitral da FGV. A decisão também anulou deliberações de julho e freou a transferência de ativos para uma estrutura nas Ilhas Cayman, além de suspender o empréstimo de cerca de R$ 650 milhões.
O juiz Marcelo Mondego de Carvalho Lima escreveu que há “possível composição amigável entre as partes e pronta solução do conflito”, mas impôs travas de governança: sem representante da Eagle, o clube não pode realizar novos atos societários, emitir ações, nem contratar empresas ligadas ao próprio investidor até a análise arbitral.
O núcleo do embate é a tentativa de reorganização societária e de capitalização aprovada em julho, contestada pela Eagle por supostamente reduzir sua influência na SAF. Com a anulação desses atos, o clube segue sob administração do empresário enquanto o mérito do caso migra para a arbitragem, sem prazo definido para julgamento.
Na prática, a manutenção do comando garante continuidade de gestão no curto prazo, mas com fiscalização compartilhada e limites para movimentos financeiros e societários. O próximo passo será a instalação do painel arbitral na FGV, que decidirá se as mudanças vetadas poderão, ou não, ser refeitas.