Diversidade cultural e religiosa marcam a recém lançada coleção “Além do Terreiro”, uma série de livros de literatura infantil, que traz para o mundo das crianças histórias contemporâneas com atravessamentos culturais das religiões de matriz africana, especialmente a Umbanda. O projeto independente, da jornalista e escritora Francielly Hirata, está com os dois primeiros volumes em pré-venda pela editora Polifonia, e tem o objetivo de promover mais visibilidade e voz aos Povos de Terreiro, levando mais conhecimento, respeito, empatia e identificação ao público.
O primeiro, “Um Amigo no Caminho”, conta a história de Diara, que faz a primeira viagem só com sua turma, levando na bagagem um misto de sentimentos. No último dia, ao se perder na trilha, chega a uma encruzilhada, onde conhece um novo amigo, que se apresenta como guardião de seus caminhos.
O segundo, “O Vovô Que Me Ensina”, traz, em uma narrativa poética em primeira pessoa, a história de um menino que não tem seu avô de sangue, mas encontra nos braços carinhosos de um vô no terreiro que sua mãe frequenta a referência que precisava. Com este avô, ele aprende muito, especialmente sobre o amor. Este livro foi vencedor de edital municipal da Lei Paulo Gustavo e tem incentivo parcial para sua realização.
Os primeiros livros, que apresentam como personagens dois importantes guias das religiões afro-brasileiras, Exu e Preto-velho, estão em fase de pré-venda pelo site da editora. “Esta é uma etapa muito importante para o projeto, que de forma independente busca sua viabilização. Cada livro, todas suas etapas, da escrita à ilustração e diagramação, foram cuidadosamente pensadas para serem uma nova experiência de leitura e de mundo”, explica a autora.
A Coleção “Além do Terreiro” contará, ao todo, com 9 livros ricamente ilustrados, que mergulham em um universo de ficção, fantasia e emoções das crianças. O diferencial está na inserção de elementos culturais das religiões afro-brasileiras nas histórias, de forma lúdica, vibrante e diversa. Na coleção, os guias espirituais tornam-se personagens encantadores, aproximando-se das crianças de forma natural e desmistificada, com suas características, encantos, valores e magia.
“É uma grande oportunidade de ampliar o repertório cultural das crianças que não conhecem as religiões afro-brasileiras, promovendo mais acesso a diferentes referências. Assim, como é uma maneira de aproximar os pequenos leitores que são destas religiões, possibilitando pertencimento e valorização de suas culturas, tão raramente expressas na arte da literatura infantil”, revela Francielly.