O SBT realizou uma série de demissões na última segunda-feira (5), incluindo a de uma produtora de jornalismo diagnosticada com câncer em estágio avançado. A emissora afirmou, em nota, que as demissões fazem parte de uma reestruturação no departamento de jornalismo.
A jornalista, que preferiu não se identificar por medo de represálias, estava na emissora desde 2017 e atuava em programas como SBT Brasil e Primeiro Impacto. Desde 2019, ela enfrenta um adenocarcinoma de pulmão em estágio 4, com metástase no cérebro, e dependia do plano de saúde da empresa para custear o tratamento.
O principal medicamento utilizado pela ex-funcionária é o Lorbrena, que não está disponível no SUS e custa cerca de R$ 35 mil por mês. Segundo ela, o remédio tem sido eficaz em conter o avanço da doença. “Os tumores estão lá, mas não cresceram. No cérebro, não pode crescer nada”, contou.
“Clima mudou após a morte de Silvio Santos”
Em entrevista ao Splash, a produtora lamentou o atual ambiente de trabalho no SBT, que, segundo ela, mudou drasticamente após a morte de Silvio Santos. “Agora, a prioridade é o lucro. A gente ouve nos corredores que querem fazer ‘um novo SBT’”, afirmou.
Ela descreveu um clima de tensão entre os funcionários. “As pessoas estão chorosas, com medo de perder o emprego. O SBT sempre foi conhecido como uma das melhores empresas para trabalhar, com um ambiente leve. Mudanças são necessárias, mas não dessa forma tão brusca.”
Posição do SBT e reações internas
Procurado pelo Splash, o SBT afirmou que as mudanças não são cortes de profissionais, mas parte de uma reestruturação promovida pela nova direção do jornalismo. A emissora declarou que “não comenta suas estratégias operacionais”.
Daniela Beyruti, vice-presidente do canal e filha de Silvio Santos, respondeu a um comentário no Instagram dizendo que não estava ciente da demissão da funcionária com câncer e prometeu investigar o caso. Até o fechamento desta reportagem, a ex-funcionária afirmou que não foi contatada pela emissora.