Leitora voraz, Fernanda Torres elege cinco obras imprescindíveis para se conhecer o Brasil

Leitora voraz, Fernanda Torres elege cinco obras imprescindíveis para se conhecer o Brasil

Redação Alô Alô Bahia

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Publicado em 12/12/2024 às 10:25 / Leia em 3 minutos

Ela é atriz, é escritora e – ora, como não? – também uma ávida leitora. Autora de três livros, dois de ficção e uma coletânea de crônicas, Fernanda Torres é boa entendedora. Em julho deste ano, a multitalentosa artista aderiu a um requisitado aplicativo de vídeos para indicar leituras. Também, à época, a Fernanda foi convidada por um grande portal de notícias para apontar obras que ajudariam a revelar os brasis que existem no Brasil.

Com a recente indicação ao Globo de Ouro pelo papel principal em “Ainda Estou Aqui”, que, aliás, tem roteiro que deriva do livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, o Alô Alô Bahia resgatou este movimento feito por “Fernandinha” e rememora, abaixo, a seleção feita por ela, com seus comentários.

Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa

“É o Fausto sertanejo. Um livro que coloca o Brasil no centro dos dilemas mais profundos da humanidade, ao discutir a natureza do bem e do mal. Como se não bastasse, Guimarães Rosa inventa línguas. Não há o que dizer de ‘Grande Sertão: Veredas’, é preciso lê-lo”.

Memórias Póstumas de Brás Cuba, Machado de Assis

“É u livro absurdo, cortante, hilariante, moderno e terrível. É o retrado de Machado de Assis de uma elite caprichosa, egoísta e volúvel, num livro que marca a grande virada literária do bruxo”.

Amplamente lido mundo afora, os pensamentos nada castos de Brás Cuba escancaram como se comporta a dita “nata” do Brasil | Foto: Divulgação

Macunaíma, Mário de Andrade

Para Fernanda, em relação ao “herói sem nenhum caráter” e preguiçoso, “somos todos Macunaíma”.  A obra foi adaptada para o cinema por Joaquim Pedro de Andrade em 1969, com Grande Otelo na pele do protagonista.

Um dos maiores clássicos da literatura brasileira, Macunaíma, de Mário de Andrade, entrou em domínio público este ano | Foto: Divulgação

Os Sertões, Euclides da Cunha

“Se Euclides da Cunha tivesse escrito apenas a parte final de ‘Os Sertões’, ‘A Guerra’, esse livro extraordinário já seria um clássico, mas não. As duas primeiras partes, ‘A Terra’ e ‘O Homem’, misturam geologia e antropologia com alta literatura. Cunha é capaz de transformar a luta de uma planta para se desenvolver no solo árido da caatinga em paixão de Cristo, em drama épico. ‘Os Sertões’ é um livro fundamental para se entender o Brasil”

Apontado como primeiro livro-reportagem brasileiro, ‘Os Sertões’ narra uma epopeia da vida do sertanejo – que “é, antes de tudo, um forte” | Foto: Divulgação

Tristes Trópicos, Claude Lévi-Strauss

“O mais belo livro já escrito. Nesta obra autobiográfica, Claude Lévi-Strauss narra as duas viagens que fez ao Brasil, na década de 1930. A primeira teve como missão educar os filhos da elite cafeeira, na recém-inaugurada USP. Na segunda viagem, o antropólogo se embrenhou pelo sertão e pelas matas, a fim de conhecer os povos originários do Brasil”,

O antropólogo francês nos leva com sua escrita para dentro de sua vivência com os povos indígenas do Brasil central | Foto: Divulgação

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