O governo brasileiro iniciou a evacuação de sua equipe diplomática da embaixada em Damasco, na Síria, em meio à escalada de tensão no país do Oriente Médio após a queda do ditador Bashar al-Assad.
A decisão, tomada pelo Palácio do Planalto, busca proteger os servidores brasileiros diante do agravamento do cenário de instabilidade.
De acordo com informações do g1, a operação de retirada tem apoio logístico da Organização das Nações Unidas (ONU). Embora a embaixada tecnicamente permaneça aberta, o governo federal avalia que não há condições de garantir a segurança do prédio e dos funcionários.
O plano de evacuação inclui o transporte em comboio dos diplomatas e servidores até o Líbano, com a coordenação do Ministério das Relações Exteriores. A medida alinha-se a ações semelhantes adotadas por países europeus, como Itália e Cuba, após incidentes recentes em suas representações em Damasco.
A gravidade da situação
Fontes diplomáticas ligadas ao governo Lula avaliam que a crise na Síria pode se agravar ainda mais. Com a saída de Bashar al-Assad, conhecido por seu governo autoritário, o país enfrenta uma potencial “anomia” política, onde diferentes grupos extremistas competem pelo controle de territórios.
Outro fator de tensão é a intensificação dos bombardeios de Israel na Síria desde a queda do regime. Especialistas acreditam que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pode aproveitar a instabilidade para tentar anexar áreas ocupadas na região, especialmente com um possível apoio do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.
E os brasileiros na Síria?
Apesar da retirada do corpo diplomático, o governo brasileiro não planeja, neste momento, uma operação de repatriação de cidadãos brasileiros. Dados do Portal Consular do Ministério das Relações Exteriores indicam que cerca de 3 mil brasileiros residem na Síria, mas, segundo diplomatas, não houve até agora demanda significativa para ações de resgate, como aquelas realizadas recentemente em Israel e no Líbano.
Mesmo assim, autoridades não descartam a possibilidade de uma operação futura, caso a situação no país piore ou os pedidos de repatriação aumentem.