Parlamento da Coreia do Sul revoga Lei Marcial no país; entenda a crise

Parlamento da Coreia do Sul revoga Lei Marcial no país; entenda a crise

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Antonio Dilson Neto

Reprodução/Yonhap

Publicado em 03/12/2024 às 15:14 / Leia em 3 minutos

A Coreia do Sul vive um momento de tensão política e social após o Parlamento revogar, nesta terça-feira (3), o decreto de lei marcial imposto pelo presidente Yoon Suk Yeol horas antes.

Apesar da decisão parlamentar, os militares declararam que a medida seguirá em vigor até ser formalmente anulada pelo chefe de Estado.

O decreto de estado de exceção foi anunciado de forma inesperada por Yoon em um pronunciamento na madrugada de quarta-feira (4) no horário local. O presidente justificou a decisão alegando a necessidade de proteger o país contra “forças comunistas” da Coreia do Norte e eliminar “elementos antiestado”.

Reação Parlamentar e Confrontos

O decreto gerou críticas tanto da oposição quanto de aliados do presidente. Em resposta, o presidente da Assembleia Nacional, Woo Won-sik, apresentou uma resolução exigindo a revogação da lei marcial. O documento foi aprovado com unanimidade entre os 190 parlamentares presentes, de partidos governistas e oposicionistas.

Enquanto isso, as ruas de Seul se tornaram palco de confrontos entre manifestantes e forças policiais. Uma multidão tentou invadir a Assembleia Nacional, resultando em forte repressão. Forças especiais de segurança foram mobilizadas, e ônibus bloqueiam os acessos ao prédio legislativo.

Lei Marcial e Impactos

Na prática, a lei marcial transfere poderes civis para os militares em situações de emergência, permitindo prisões sem mandados, censura à imprensa e controle de comunicações. Segundo a agência de notícias Yonhap, profissionais de saúde também foram obrigados a retornar ao trabalho em até 48 horas sob ameaça de punições.

A última vez que a Coreia do Sul esteve sob lei marcial foi em 1979, durante um período de ditadura militar. Desta vez, o decreto acontece em meio a uma crise de popularidade do presidente Yoon, que enfrenta dificuldades para aprovar projetos na Assembleia Nacional após a derrota de seu partido nas eleições mais recentes.

O Que Vem a Seguir?

Embora o Parlamento tenha o poder de derrubar a implementação da lei marcial, cabe ao presidente formalizar sua revogação, o que ainda não ocorreu. Até o momento, Yoon Suk Yeol permanece em silêncio após a decisão legislativa.

Com a instabilidade crescente e manifestações tomando conta das ruas, a situação na Coreia do Sul segue imprevisível, com possíveis implicações para a ordem democrática do país.

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