Cinema, teatro, exposições e editais: saiba como será o Centro Cultural Banco do Brasil

Cinema, teatro, exposições e editais: saiba como será o Centro Cultural Banco do Brasil

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Por Roberto Midlej para o Correio*

Divulgação

Publicado em 30/11/2024 às 10:14 / Leia em 4 minutos

O Palácio da Aclamação, no Campo Grande, foi residência oficial dos governadores da Bahia por 55 anos e testemunhou, portanto, decisões muito importantes. Em breve, no lugar do destino político, o espaço terá apresentações artísticas de diversas linguagens, incluindo aí teatro, cinema e exposições.

A chegada do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), anunciada em março deste ano, foi muito bem recebida por produtores culturais da cidade. “Todo novo centro cultural em uma cidade é de se celebrar, ainda mais sendo um espaço que agrega tantas linguagens. Demorou de o CCBB chegar no Nordeste. Já temos a Caixa Cultural, mas estruturalmente é pequena para a nossa cidade”, diz Renata Hasselman, da Multi Planejamento Cultural.

Para 2025, já estão planejadas duas novas exposições e a chegada de duas peças de teatro a Salvador. Por enquanto, esses eventos serão apresentados em espaços parceiros, já que ainda não há previsão de abertura da nova sede. Em novembro, para celebrar o Mês da Consciência Negra, vem para Salvador “Ancestral: Afro-Américas” [Estados Unidos e Brasil], em exibição na FAAP (SP). A mostra aborda as relações entre os dois países da América sob a ótica da diáspora africana e como ela está presente nas artes visuais. Sediada no Museu de Arte Brasileira, a mostra gratuita reúne 132 obras de ambos os países.

Segundo Júlio Paranaguá, gerente geral do CCBB Salvador, artistas da capital baiana também serão convidados a produzir para a exposição: “Esta mostra celebra artistas negros que vieram forçados para a América do Sul e para os EUA. Essas pessoas foram arrancadas de seus lares e foram para lugares completamente diferentes e nunca mais se viram umas às outras. E artistas dos EUA e do Brasil produziram arte que eram muito semelhantes entre si”.

Antes, em março, chega à cidade “Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira”. De grande abrangência, a mostra discute eixos temáticos em torno de artistas negros emblemáticos, incluindo baianos como Lita Cerqueira, Mestre Didi (1917- 2013) e Rubem Valentim (1922-1991). São nomes de diferentes períodos do século XIX até os contemporâneos nascidos nos anos 2000.

Também está prevista a realização de editais que, pela primeira vez, vão premiar projetos baianos. Ainda não há data definida, mas as regras serão divulgadas no primeiro semestre. Os contemplados podem levar seus projetos para outras cidades onde o CCBB funciona: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília.

Duas peças de teatro também virão para a cidade, como aconteceu com “Fausto”, apresentada no Teatro Salesiano em julho deste ano. A montagem, estrelada pelo baiano Ricardo Bittencourt, foi a última dirigida por Zé Celso Martinez Corrêa. Além disso, há hoje duas exposições em cartaz na cidade realizadas pelo CCBB: “Vila Velha, Por Exemplo: 60 Anos de Um Teatro no Brasil”, no MAM; e “Dona Fulô e Outras Joias”, no Museu de Arte Contemporânea, o antigo Rodin.

Palácio da Aclamação foi escolhido por pelo menos três características | Foto: Divulgação

Palácio da Aclamação

Segundo Júlio Paranaguá, a escolha do Palácio da Aclamação para sediar o CCBB se deu por três premissas: localização; importância histórica e capacidade física. “Teria que ser um lugar de fácil acesso, com transporte público disponível. Além disso, é um prédio importante, tombado por causa de sua relevância. A terceira razão é a necessidade de um lugar que comportasse um CCBB no mesmo molde das outras cidades. Não adiantaria ter um prédio pequeno, que não abrigasse todas as linguagens: um teatro médio, cinema, área expositiva e salas multiuso”.

O teatro do CCBB de Salvador, tudo indica, não vai ficar devendo aos das outras capitais: terá cerca de 300 lugares, enquanto BH tem 262 e Brasília, 317. O jardim será uma área de convivência e o Palácio será reformado, respeitando às regras de tombamento. No pátio, será construído o anexo para o cinema e o teatro. No total, serão gerados 200 empregos diretos, além dos funcionários do Banco do Brasil que atuarão no local.

Fernanda Bezerra, da Maré Produções Culturais, diz que a nova instituição vai gerar movimento para a economia criativa da cidade em diversas linguagens artísticas. “É um local a mais para o público consumir cultura de forma democrática e preço acessível”, defende. Os ingressos para exposições serão gratuitos e para o teatro, de R$ 15 a R$ 30.

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