O G20 Talks encerrou sua programação com um debate sobre desinformação digital, reunindo influenciadores e especialistas no último painel do evento, neste sábado (16), no Rio de Janeiro.
Moderado pela jornalista baiana Jéssica Senra, o painel destacou os desafios trazidos pelas fake news e o papel da regulamentação para combater a propagação do ódio nas redes sociais. Na plateia, a primeira-dama Janja Lula da Silva e o ministro Paulo Pimenta prestigiaram o encerramento.
Jéssica Senra
O youtuber Felipe Neto, primeiro brasileiro a alcançar 44 milhões de inscritos, foi uma das vozes centrais do painel. Ele enfatizou a urgência de engajar a juventude no enfrentamento à desinformação. “
Precisamos dar aos jovens as ferramentas necessárias para participar desse debate. Não é sobre doutrinação, mas sobre inspiração,” afirmou. Felipe relembrou o papel das redes sociais durante as eleições, quando expôs as atrocidades da extrema direita. “Enfrentar o neofascismo é essencial. Eles nunca vão tomar o mundo para si, mas só venceremos se enfrentarmos essa batalha com coragem”.
Ele também apontou a necessidade de regulamentação das plataformas digitais. “As redes priorizam o lucro e não se preocupam com as consequências das informações disseminadas. Sem regulamentação e ética, essa realidade não mudará,” afirmou. Felipe criticou a omissão de influenciadores diante da propagação de fake news, classificando-a como covardia.
FAKE NEWS COMO ARMA POLÍTICA E SOCIAL – O advogado Humberto Ribeiro, diretor jurídico do Sleeping Giants Brasil, trouxe uma perspectiva sobre como a desinformação é utilizada para manipular narrativas. “A desinformação é uma ferramenta de discurso de ódio e serve para desmobilizar grupos sociais,” disse. Ele ressaltou o impacto negativo da desinformação na formulação de políticas públicas e na estabilidade democrática, mencionando exemplos como a supressão de votos em comunidades vulneráveis.
LUTA CONTRA A DESINFORMAÇÃO É LUTA PELA VIDA – Mitzi Jonelle, ativista climática das Filipinas, destacou como as fake news afetam diretamente o trabalho de defensores ambientais. “A desinformação promove o negacionismo e atrapalha nosso trabalho. Nas Filipinas, ativistas são vistos como terroristas, simplesmente por lutar pelo direito de existir,” afirmou. Mitzi reforçou que a luta contra a desinformação é também uma luta pela preservação da vida e da democracia.
ENCERRAMENTO DO G20 TALKS – O último painel do G20 Talks reforçou que a desinformação é uma ameaça global que exige ação conjunta entre governos, sociedade civil e influenciadores digitais. Com mensagens claras sobre a urgência de regulamentação e a importância da ética, o evento destacou que a informação de qualidade é o alicerce de uma democracia saudável. Ao final, ficou a promessa de que as discussões iniciadas no G20 Talks servirão como base para mudanças concretas no combate à desinformação.
