A 14ª Jornada de Dança da Bahia vai ser realizada a partir desta quarta-feira (13) em Salvador. Até o dia 17 deste mês, a cidade vai se tornar palco do evento que reúne artistas, educadores e amantes da dança em uma programação diversificada com preços populares – ou até de graça – e conta com artistas de todo o Brasil, além dos países Cabo Verde, Estados Unidos, Alemanha e Malásia.
Este ano, há ocupação de espaços como a Sala do Coro do Teatro Castro Alves, o Museu de Arte da Bahia (MAB), a Escola de Dança da UFBA e praças públicas.
A inspiração para a programação desta edição é o tema “Meu Corpo é o Templo da Minha Arte”. Fatima Suarez, diretora do Mantra Centro de Dança – que realiza o evento -, ressalta que a Jornada de Dança da Bahia é um evento consolidado no calendário da dança brasileira, indo além dos palcos com promoção de espaços de reflexão, formação e intercâmbio entre profissionais e estudantes.
“Nós estamos recebendo mais de 22 artistas do interior da Bahia e mais de 20 artistas de todo o Brasil, além de artistas internacionais. Então, é um evento que realmente tem um papel importante dentro da cultura brasileira, principalmente para a qualificação de professores, mas também com uma mostra artística fantástica, que esse ano traz coisas muito lindas”, diz Fátima.
Realizada desde 2005, a Jornada tem contribuído para dinamizar a dança e seu ensino na Bahia e tem realizado o intercâmbio entre profissionais locais, nacionais e internacionais, promovendo debates artísticos-pedagógicos, capacitação de dançarinos e professores e a promoção de espetáculos.
A Jornada de Dança da Bahia sempre usa como temática as frases de Isadora Duncan, precursora da dança moderna. “Neste ano, a proposta é aproximar os participantes das suas raízes e daquilo que acreditam ser o sagrado em suas vidas, no sentido de provocar uma reflexão sobre a nossa espiritualidade e suas relações com o fazer artístico”, conta Fatima Suarez.
A 14ª Jornada de Dança da Bahia conta com apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia, e da Brasil PCH Santa Fé, por meio da Lei de Incentivo à Cultura; apoio de Lori Belilove e da Isadora Duncan Dance Foundation, do Museu de Arte da Bahia e da Escola de Dança da UFBA; produção do Mantra Centro de Dança e realização da Escola Contemporânea de Dança e do Ministério da Cultura, Governo Federal.
Confira a programação:
Mostra Artística
Abrindo a Jornada, no dia 13 de novembro, às 17h, no Terreiro de Jesus, aberta ao público, a performance “O Cordão Vermelho” reúne um elenco de mais de 80 mulheres, com participação do Contemporânea Ensemble, Negra Jhô, Toni Silva, Banda Didá e alunas(os) da Escola Contemporânea de Dança. Com direção de Fatima Suarez e Lori Belilove, a obra celebra o poder feminino da maternidade, inspirada em obras de Isadora Duncan e na força dos orixás Iansã e Oxalá.
Na Sala do Coro do Teatro Castro Alves, no dia 14 de novembro, às 20h, “AMI.LCAR”, do coreógrafo Djam Neguin, utiliza tecnologia e movimento para narrar a vida e obra de Amílcar Cabral, em um diálogo entre o real e o virtual. Na mesma noite, “Ancestralidade em Movimento”, com o Grupo de Dança Contemporânea da UFBA, celebra a cultura afro-brasileira em um espetáculo ritualístico. No dia 15, “AGNI” explora as nuances e a intensidade do elemento fogo, enquanto “Nac-Horuc” traz uma abordagem contemporânea sobre os desafios enfrentados pelos povos originários.
No dia 16, a “Mostra INVEX – INVente EXperimente” apresenta oito trabalhos de jovens coreógrafos, revelando a potência e a diversidade da nova geração da dança no Brasil. No dia 17, a Residência Artística Internacional, conduzida por Igor Meneses e Paula Pau, encerra a Mostra com a apresentação dos resultados da pesquisa sobre o luto coletivo e seu potencial político e catártico. Todos os ingressos para os espetáculos da Sala do Coro custam R$40 e R$20 (meia) e estão disponíveis na Sympla e na bilheteria do TCA.
Mais cedo, às 17h, a performance “SI-PÓ” será apresentada no Mirante da Vitória, com entrada franca. O artista amazonense Odacy Oliveira, do Corpocontemporâneo21 – CC21, explora a relação do homem com a floresta em uma apresentação de alto impacto.
Fórum de educadores de dança
Destinado para professores, educadores e estudantes de dança, o Fórum de Educadores de Dança completa 10 anos e será ealizado na Escola de Dança da UFBA entre os dias 14 e 17 novembro. Ele propõe um ambiente de diálogo e troca de experiências, estimulando a reflexão sobre os desafios e perspectivas do ensino da dança.
A programação do Fórum inclui oficinas exclusivas para participantes já selecionados mediante convocatória, com os professores Tânia Bispo (BA), Júnior Oliveira (SP), Dani Stasi (SP), Leandro Matos (SE), Vanilton Lakka (MG) e Djam Neguin (Cabo Verde). Já os bate-papos serão na Escola de Dança da UFBA, com entrada gratuita e abertos ao público. Os momentos abordarão os temas “40 anos da Escola de Dança da FUNCEB” (14/11, 16h30), com participação de Lia Robatto, Ângela Dantas e Lúcia Mascarenhas, mediação de Beth Rangel; e “Meu Corpo é o Templo da Minha Arte” (15/11, 16h30), com Djam Neguin, Edileuza Santos e Odacy Oliveira, mediação de Daniela Guimarães.
Residência artística internacional
No Museu de Arte da Bahia (MAB), no Corredor da Vitória, a Residência Artística Internacional “Luto Em Movimento: Resiliência, Memória e Identidade” pretende realizar uma pesquisa sobre o luto (pesar) coletivo e seu potencial político e catártico. A residência, conduzida por Igor Meneses (Brasil/Alemanha) e Paula Pau (Malásia/Alemanha), convida 20 artistas locais a uma imersão criativa e propõe uma investigação sobre as diversas faces do luto e seu potencial político e catártico, traçando paralelos entre o luto individual e coletivo e as contradições da herança religiosa e espiritual no contexto histórico colonial de Salvador. O resultado será exibido dentro da Mostra Artística no dia 17/11, às 20h, na Sala do Coro.
Workshop internacional
A Jornada oferece ainda um Workshop Internacional na Técnica de Isadora Duncan, ministrado por duas referências no assunto: Lori Belilove (EUA), dançarina de terceira geração na tradição Duncan e diretora artística da Isadora Duncan Dance Foundation e da Isadora Duncan Dance Company, e Fatima Suarez (BA), pioneira no ensino da técnica Duncan no Brasil, diretora da Escola Contemporânea de Dança e coordenadora geral da Jornada de Dança da Bahia. O workshop proporciona aos participantes a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos sobre a técnica de Duncan. Os ingressos custam R$225 e estão à venda na Sympla.
Acessibilidade
A Jornada oferecerá audiodescrição, intérprete de Libras e acesso para cadeirantes em sua programação. O evento se consolida como um importante espaço de fomento à dança na Bahia, promovendo a formação, a criação e o intercâmbio entre artistas, educadores e público.
SERVIÇO
14ª Jornada de Dança da Bahia
Locais: Sala do Coro do TCA, Museu de Arte da Bahia (MAB), Escola de Dança da UFBA, Mirante da Vitória e Terreiro de Jesus.
Datas: 13 a 17 de novembro de 2024.
Ingressos (espetáculos da Sala do Coro): R$40 e R$20 (meia), disponíveis na Sympla e na bilheteria.