Considerada uma das principais culturas agrícolas brasileiras, a bananeira se consolidou como um pilar econômico nacional e também baiano. Em 2023, a Bahia ocupou a segunda posição entre os estados produtores de banana, com produção de 913.790 toneladas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Ao identificar o potencial da planta, Gabriela Santos e Maryane Reis, estudantes do Centro Territorial de Educação Profissional Santa Bernadete, localizado no município de Queimadas, criaram um creme facial usando o extrato do coração da bananeira.
Com orientação de Déborah Amaro, o produto foi criado para valorizar tanto o potencial da planta, quanto o ecossistema local: “A ideia surgiu da combinação entre a riqueza desse cultivo e nosso interesse em desenvolver algo que valorizasse a biodiversidade regional e suas potencialidades para a saúde e a beleza. A bananeira é uma planta amplamente cultivada e, muitas vezes, seu coração é descartado. Aproveitar esse recurso agrega valor a um subproduto, que é rico em antioxidantes, flavonoides e ácidos fenólicos”, revela Gabriela.
De acordo com Maryane, os testes mostraram que o produto, nomeado de Hidratação Tropical, tem compostos anti-inflamatórios e antioxidantes: “durante os testes, observamos um aumento nos níveis de hidratação da pele após o uso diário do produto, com resultados visíveis já na primeira semana. Em peles ressecadas, o creme apresentou uma eficácia ainda maior, com uma melhoria notável na textura e elasticidade da pele. Além disso, foram feitos testes de tolerância para garantir que o produto é seguro”.
O projeto tem como próximo passo melhorar o desenvolvimento da Hidratação Tropical. “Nosso objetivo agora é aprimorar ainda mais o produto. Embora já tenhamos obtido resultados positivos com os testes iniciais, queremos expandir os testes clínicos para incluir uma variedade maior de tipos de pele e condições específicas e aperfeiçoar nossa fórmula”, explica Gabriela.