Marina Person revelou que precisou lidar com muito cuidado ao abordar as histórias na série João Sem Deus, do Globoplay. Segundo a diretora, o projeto demonstra grande respeito aos fiéis que viveram experiências espirituais marcantes na Casa Dom Inácio de Loyola, mas também ela tinha o compromisso de expor os abusos cometidos pelo médium João de Deus.
“Muitas pessoas se sentiram, de fato, curadas por ele. Ele tinha uma influência muito grande sobre o ânimo das pessoas. Tem uma parte aí de mistério que não descarto e não sou eu que vou questionar. Quando a gente fez a série, essa era uma de minhas principais preocupações: não desrespeitar as pessoas que se sentiram curadas por ele, mas, ao mesmo tempo, a gente não podia negar os abusos que tinham acontecido”, disse ela em entrevista à Rádio Metrópole.
Ainda durante o bate-papo, Marina confessou que por um momento não se interessou pelo convite para dirigir a produção, mas logo depois entendeu que a história iria trazer a perspectiva das vítimas de líder religioso de Abadiânia (GO).
“Nosso foco era dar voz às vítimas, mostrar para mulheres que tinham sido abusadas por ele que, muitas vezes, o que elas passaram foi abuso. Porque é difícil as mulheres entenderem que foram abusadas. Tudo é muito complexo”, afirmou.
O médium João Teixeira de Faria, também conhecido como João de Deus, foi condenado, em 2023, a mais de 450 anos de prisão após ser denunciado por crimes praticados contra 66 vítimas. Além da condenação à prisão, João de Deus também foi sentenciado a pagar até R$ 100 mil em indenizações por danos morais às vítimas.
Confira a entrevista na íntegra: