Exemplo! O vereador de Fortaleza, Gabriel Aguiar (Psol), foi eleito com mais de 30 mil votos (30.682) sem utilizar nenhum tipo de papel em sua campanha eleitoral deste ano. Ele não recorreu a panfletos, adesivos ou nem mesmo a tradicionais “santinhos”. A estratégia do candidato foi surpreendente: nas ruas, Gabriel distribuiu folhas secas de árvores com mensagens e seu número, escritos a mão, em vez de papel.
Conhecido como “Gabriel Biologia”, por ser biólogo, ele possui mestrado em Ecologia e Recursos Naturais pela Universidade Federal do Ceará. Em 2020, utilizou cartazes feitos à mão em sua campanha.
“Usamos a bandeira e a nossa voz. A gente quer mostrar para a população, e para os outros políticos, que é possível fazer uma campanha sem gerar muito lixo, muito resíduo. É um material totalmente biodegradável, pode jogar no chão sem problema nenhum, é custo-zero e ainda é personalizado. A gente faz de um por um, com muito carinho, então a gente desenha, pinta e muita gente que vem fazer a campanha está também fazendo essas folhinhas com a gente”, afirmou o então candidato a’O Povo, antes das eleições.
O despejo de santinhos é, acima de tudo, considerado crime eleitoral. Prática bastante, usada nos momentos que antecedem o pleito, em locais de votação e em ruas próximas às seções, a pena é detenção de 6 meses a 1 ano, com a possibilidade de aplicação de pena alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, além de multa. Também configura propaganda irregular, que pode levar ao pagamento de um tipo específico de multa, de R$ 2 mil a R$ 8 mil.