O acervo de 18 mil livros deixado pelo historiador Cid Teixeira, que morreu em 2021 aos 96 anos, deve ficar em Salvador. Após os volumes serem colocados à venda por R$ 100 mil, a Prefeitura de Salvador abriu conversas com a família do historiador para manter as obras na cidade.
A informação foi confirmada pelo secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, em entrevista exclusiva ao Alô Alô Bahia.
“A gente está em conversas com a família [de Cid Teixeira]. Já foram duas ou três reuniões para mostrar o interesse da Prefeitura de que o acervo permaneça na cidade”, revelou o gestor.
No início do mês, o CORREIO revelou que as obras estão armazenadas em um apartamento de quatro quartos na Pituba, onde o imortal da Academia de Letras da Bahia viveu até a morte.
Entre os destaques do acervo, acomodado em estantes metálicas e sobre móveis, estão livros sobre política, direito e costumes no Brasil durante o Brasil colonial; jornais, com anúncios de época, incluindo a venda de escravos; e coleções de diários de viajante, sobre arte, com volumes autografados por artistas como Carybé e Pierre Verger, e sobre a Segunda Guerra Mundial.
Para a aquisição, a Prefeitura de Salvador possui apoio da Universidade Federal da Bahia (Ufba), que atuaria na catalogação do acervo.
Celebrado o acordo com os herdeiros, a intenção de Pedro Tourinho é que os livros e documentos que tratem da história de Salvador façam parte do Arquivo Municipal, onde deve ser construída uma biblioteca aberta ao público em homenagem a Cid.
Já as obras de literatura e outros temas diversos devem ser doadas para outras bibliotecas públicas da cidade.
“Estamos nesse processo de conversa, de definição. Não é exatamente uma compra, mas um repasse dos custos de manutenção, pois são obras antigas, que precisam de um cuidado especial”, esclarece.
“Estamos caminhando para ter uma definição em breve”, finaliza o secretário.