As obras do artista plástico baiano Bel Borba revelam sua capacidade de dialogar com a cidade, especialmente Salvador – onde possui diversas obras, como, por exemplo, Belloto, escultura gigante de cachorro perto do Largo de Santana, no Rio Vermelho. O escultor, pintor, desenhista, muralista e tradicional intervencionista urbano tem na sua rotina caminhadas diárias pelas ruas da capital baiana, sempre contemplando a beleza, arquitetura e arte emergentes contemporânea.
“Gosto de olhar a cidade e pensar a cidade”, conta o baiano que é reconhecido por suas obras em Salvador e galerias urbanas de todo o mundo – ele já estampou os 25 telões digitais na Times Square, em Nova York, e assina o Paseo de Recoletos, em Madri, escultura permanente de 1 tonelada de bronze em homenagem aos refugiados.
Bel Borba revelou um projeto arquitetônico específico em Salvador que chamou sua atenção recentemente: o empreendimento Cedro Horto, que está sendo erguido no Horto Florestal. “Fiquei muito surpreso quando percebi a preocupação estética. É algo que pode parecer um detalhe, mas que sabemos que é uma escolha arquitetônica que gera mais custo na execução, mas que vai agregar um grande valor ao empreendimento e ao bairro”, explicou.
Com arquitetura biomimética, que tem o conceito de produzir empreendimentos sustentáveis e inovadores, o Cedro – que está com apartamento decorado na Avenida Santa Luzia, no próprio Horto Florestal – traz inspirações da natureza, tanto na fachada quando nas áreas internas em comum. O projeto arquitetônico é do escritório Architetcs+Co, dos arquitetos Caio Bandeira e Thiago Martins.
“Desde o início quisemos tirar partido da natureza que rodeia o terreno. Tomamos partido de uma grande paineira que estava em frente ao terreno, trouxemos um lago, um grande jardim. Chamamos a natureza de volta para o Horto. E, quando pensamos na torre, queríamos um visual que trouxesse essa organicidade. Pensamos numa fachada moderna, contemporânea porque Salvador tem pedido isso”, ressalta Thiago Martins.
Bel comentou sobre a fachada do empreendimento: “O mais importante é perceber a preocupação artística e isso é raro de se encontrar. Um elemento assim se sobressai pela expressividade. Na paisagem urbana, o que vemos é um prédio que acaba recortando o outro sem que ninguém se sobressaia. Um detalhe assim acaba destacando o edifício dos outros e se tornando um landmark, um ponto de referência na cidade”.
“Ficamos muito felizes quando soubemos da aprovação de Bel. Ele é um artista que nós admiramos e já usamos obras dele em nossos projetos. Isso só faz estimular, ainda mais, a nossa criatividade”, celebrou Thiago Martins.