A Polícia Federal (PF) indiciou o deputado federal André Janones (Avante-MG) pela suspeita de um esquema de “rachadinha” em seu gabinete. A PF apontou que Janones teria cometido os crimes de corrupção passiva, peculato e associação criminosa.
Também foram indiciados um assessor do deputado e um ex-assessor, pelos crimes de corrupção passiva e associação criminosa. Quando o inquérito foi aberto, no ano passado, Janones negou que tivesse praticado “rachadinha” em seu gabinete.
“O Deputado Federal André Janones é o eixo central em torno do qual toda a engrenagem criminosa gira. A investigação expôs a ilicitude de seus atos em todas as etapas, desde o início até o desfecho”, diz o relatório, enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A investigação foi aberta a partir de um áudio, divulgado em 2023 pelo portal Metrópoles, no qual Janones pede para que funcionários façam doações mensais de seus salários para compensar gastos de campanha.
O relatório afirma que o áudio teve a “veracidade corroborada tanto pelos participantes da reunião, quanto por laudos periciais”, e que mostra que “o parlamentar solicitou a devolução de parte da remuneração dos seus assessores, prática popularmente conhecida como ‘rachadinha’, enquadrando-se no crime previsto no art. 317 do Código Penal (corrupção passiva)”.
De acordo com a PF, um assessor de Janones também pagava as faturas de cartões de crédito utilizados por ele, e o deputado não fazia o ressarcimento. Além disso, o parlamentar solicitou o reembolso dos valores à Câmara, o que configuraria o peculato.