A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, se manifestou publicamente, nesta sexta-feira (6), pela primeira vez após a demissão de Silvio Almeida, ex-ministro dos Direitos Humanos, acusado de assédio sexual contra ela. Em uma publicação no Instagram, Anielle foi firme ao declarar que “não é aceitável relativizar ou minimizar episódios de violência”, destacando a importância de ações imediatas diante de situações como essa.
A ministra reconheceu a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que, no início do dia, decidiu pela demissão de Almeida, considerando a permanência do ex-ministro no cargo insustentável devido à gravidade das acusações. Silvio nega qualquer envolvimento em atos de assédio.
Na mensagem, Anielle agradeceu as inúmeras manifestações de apoio que recebeu e reiterou seu compromisso com a luta pelos direitos das mulheres e das pessoas negras no Brasil. “Dedico minha vida para que todas as mulheres e pessoas negras possam estar onde quiserem, sem serem interrompidas”, declarou.
Ela também enfatizou que qualquer tentativa de constranger ou pressionar vítimas de violência apenas perpetua o ciclo de abusos e solicitou respeito à sua privacidade enquanto as investigações prosseguem. Além disso, Franco confirmou que está disposta a colaborar com as apurações relacionadas ao caso.
A ministra finalizou sua declaração reafirmando seu compromisso com o enfrentamento de qualquer forma de violência, um princípio que ela considera essencial para o governo atual. “Sigo firme nos passos que me trouxeram até aqui, confiante nos valores que me guiam e no meu propósito de lutar por um Brasil mais justo e seguro para todos”, concluiu.
Veja a nota na íntegra:
Hoje eu venho aqui como mulher negra, mãe de meninas, filha, irmã, além de Ministra de Estado da Igualdade Racial. Eu conheço na pele os desafios de acessar e permanecer em um espaço de poder para construir um país mais justo e menos desigual. Desde 2018, dedico minha vida para que todas as mulheres e pessoas negras possam estar em qualquer lugar sem serem interrompidas.
Não é aceitável relativizar ou diminuir episódios de violência. Reconhecer a gravidade dessa prática e agir imediatamente é o procedimento correto, por isso ressalto a ação contundente do presidente Lula e agradeço a todas as manifestações de apoio e solidariedade que recebi. Tentativas de culpabilizar, desqualificar, constranger, ou pressionar vítimas a falar em momentos de dor e vulnerabilidade também não cabem, pois só alimentam o ciclo de violência. Peço que respeitem meu espaço e meu direito à privacidade. Contribuirei com as apurações, sempre que acionada.
Sabemos o quanto mulheres e meninas sofrem todos os dias com assédios em seus trabalhos, nos transportes, nas escolas, dentro de casa. E posso afirmar até aqui, que o enfrentamento a toda e qualquer prática de violência é um compromisso permanente deste governo. Sigo firme nos passos que me trouxeram até aqui, confiante nos valores que me movem e na minha missão de trabalhar por um Brasil justo e seguro para todas as pessoas.
Anielle Franco
Ministra da Igualdade Racial