Pipa gigante, foguetes e aviões: eclipse solar raro na segunda-feira (8) será oportunidade de diversos estudos

Pipa gigante, foguetes e aviões: eclipse solar raro na segunda-feira (8) será oportunidade de diversos estudos

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Com informações do g1

Ronaldo Schemidt/AFP

Publicado em 06/04/2024 às 15:28 / Leia em 4 minutos

Espectadores do México, Estados Unidos e Canadá terão a chance única de observar um eclipse solar total, quando a Lua se posiciona entre o Sol e a Terra, lançando uma sombra sobre a última, na próxima segunda-feira (8). O fenômeno raro ocorre, em média, a cada 18 meses no nosso planeta, mas passa no exato mesmo ponto apenas a cada 375 anos.

O fenômeno vai percorrer toda a extensão dos Estados Unidos e, por isso, será a oportunidade de cientistas realizarem diversos experimentos para investigar a atmosfera externa do Sol, chamada corona, e seu impacto na atmosfera terrestre.

Há mais de 100 anos, por exemplo, em 1919, durante um eclipse solar total como esse, a teoria de Einstein sobre a gravidade foi validada, após a observação de estrelas em posições inesperadas, que sugeriam que a presença do Sol curva o espaço-tempo.

Aviões de pesquisa WB-57 serão usados pela Nasa (Foto: Nasa)

Ciente de que esses eclipses podem ser cruciais para avanços científicos, a Nasa, por exemplo, vai usar aviões de pesquisa chamados de WB-57 para tirar fotos do eclipse a 50 mil pés acima da Terra (cerca de 15 km). A ideia é aproveitar o momento do fenômeno e, com uma câmera especial, conseguir ver partes do Sol não vistas normalmente, em função da alta luminosidade. Com isso, espera-se até mesmo encontrar asteroides nunca vistos perto do nosso Sol.

Com os mesmos aviões, que carregam instrumentos que medem temperatura, composição química e ejeções de massa coronal, erupções de gás a altíssimas temperaturas, a Nasa também pretende estudar essas explosões solares, que têm implicações aqui na Terra, e a ionosfera, camada carregada da atmosfera superior da Terra. Ela é uma fronteira entre a atmosfera e o espaço e, por isso, bastante afetada pela radiação solar.

Outro experimento, que deu certo em um eclipse da Austrália no ano passado, e será repetido desta vez, envolve uma “pipa gigante”. A astrônoma e física Shadia Habbal pretende empinar um espectrômetro a 3.500 pés do solo (cerca de 1 km), em uma altura que evita a cobertura da maioria das nuvens, a um custo muito mais baixo que o projeto da Nasa. No caso dela, o objetivo principal é estudar como o vento solar se forma na corona, fundamental para entendermos os efeitos do clima espacial na Terra e em outros lugares.

“Pipa gigante” da astrônoma e física Shadia Habbal vai estudar como o vento solar se forma na corona (Foto: Nasa/Klemens Brumann and Benedict Justen)

Além das aeronaves, a Nasa ainda pretende estudar, por meio de três foguetes, outras potenciais perturbações na ionosfera durante o eclipse. O trio de foguetes, que será lançado cerca de 35 minutos antes do pico do eclipse, implantará instrumentos para medir mudanças nos campos elétricos e magnéticos dessa camada da atmosfera no momento do eclipse.

O Observatório Nacional transmitirá ao vivo o evento através do Youtube.

Eclipse no Brasil

O próximo eclipse solar no Brasil, do tipo anular, será em 2 de outubro deste ano. Em boa parte do país, quem olhar para o céu verá o Sol “mordido” pela Lua. Neste caso, o fenômeno será melhor visto na Região Sul, Sudeste e no Mato Grosso do Sul, mas moradores de trechos da Bahia, Goiás e Mato Grosso também terão a chance de acompanhar o evento.

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