Grande parte dos soteropolitanos que acordam cedo para trabalhar ou estudar estão acostumados a usar pelo menos dois meios de transporte – quando não três – todos os dias. A depender do trajeto, o uso pode ser repetido: ônibus, metrô, ônibus ou ônibus, metrô, metrô novamente e ônibus outra vez. O percurso, além de demandar bastante tempo no trânsito, pode ser lento a depender do fluxo de automóveis ou de problemas com o metrô.
É por isso que, para otimizar tempo e evitar estresse, mais de 48 mil pessoas estão usando a bicicleta como meio de transporte em Salvador. A informação é da pesquisa Impacto Social do Uso da Bicicleta em Salvador, conduzida em 2023 pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap).
O estudo, que tem patrocínio do Banco Itaú Unibanco, revelou que o quantitativo de usuários de bicicletas em Salvador corresponde a 2% da população. Segundo Victor Callil, pesquisador e diretor administrativo do Cebrap, são três as razões que justificam a preferência por esse modal. “Os ciclistas que participaram do estudo usam a bicicleta por ser mais rápido e porque é mais barato”, aponta.
No caso de Salvador, ficou constatado que o uso da bicicleta se dá para curtas distâncias e que os ciclistas tendem a usar menos a ciclovia porque, geralmente, vivem longe do sistema cicloviário. Diante desse cenário, Luciana Nicola destaca a importância do estudo para possibilitar mudanças. “O trabalho é importante porque começamos a entender a vocação de cada cidade, que vale para a escolha das estações e para basear o diálogo com o Poder Público na tentativa de intensificar a infraestrutura para os ciclistas”, defende.