Com duas estrelas Michelin nas costas, o restaurante Tuju, em São Paulo, foi protagonista de uma cena não tão estrelada, na última quarta-feira (7). Entre os mais bonitos do mundo, o espaço teve um jantar exclusivo, voltado para apenas 17 clientes, cancelado após operação da Receita Federal. Detalhe: cada cliente pagou R$ 14.990 + 15% de serviço pela experiência.
O jantar prometia 18 vinhos, todos com 100 pontos do famoso crítico de vinhos Robert Parker. Os rótulos seriam harmonizados com um menu de dez tempos do chef Ivan Ralston, à frente da premiada cozinha, que sequer chegou a abrir as portas no dia do evento. Os funcionários e clientes, segundo Suzana Barelli, colunista de vinhos do Estadão, foram informados que o restaurante não funcionaria por conta da apreensão das 352 garrafas da adega do Tuju pela Receita Federal.
De acordo com o órgão, a medida faz parte da Operação Bordeaux, que “se concentra em um grupo econômico para o qual foi verificada a venda de vinhos de luxo de alto valor, fruto de importação irregular“. Ao todo, a operação teria apreendido 4 mil garrafas, no valor de R$ 6 milhões, após indícios de descaminho.
Em resposta, o Tuju informou que as 352 garrafas apreendidas pela Receita Federal são do acervo pessoal de Guilherme Lemes, um dos sócios do restaurante e também da importadora Clarets. As garrafas, segundo ele, foram compradas regularmente, mediante pagamentos registrados em sua contabilidade.
Veja convite com detalhes do jantar: