Dia da Cerveja é comemorado em bares da capital baiana

Dia da Cerveja é comemorado em bares da capital baiana

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Por Elaine Sanoli para Jornal CORREIO

Paula Fróes/CORREIO

Publicado em 03/08/2024 às 15:15 / Leia em 5 minutos

No abrir das garrafas de cerveja, o fim de semana pôde, finalmente, começar pra valer para os amigos Felipe Marques e Carolina Garcia. O “sextou” dessa semana foi ainda mais especial, com a celebração do Dia Internacional da Cerveja. Até quem é de fora teve que participar. A amiga ucraniana, Galina Potjagailo, pela primeira vez em Salvador, já decorou: acarajé com coca pode até ser bom, mas com uma cervejinha é melhor. Assim como os amigos soteropolitanos, 93% dos brasileiros têm o costume de sempre tomar uma loirinha gelada, conforme apontado por pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva.

Numa mesa de bar do bairro mais boêmio de Salvador, o Rio Vermelho, o empresário contou que até já tentou se afeiçoar por outras bebidas, mas nenhuma delas combina tanto com o clima da capital baiana. “Salvador não faz frio nunca, nem no inverno. Eu gosto de beber cerveja na praia, acho que é uma bebida que se adequa perfeitamente à temperatura da cidade”, conclui.

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Dia da Cerveja é comemorado em bares da capital

Quem bebe, diz que o clima da capital baiana é o que mais faz os olhos brilharem e a boca encher de água ao ver a garrafa “vestida de noiva”. Não é à toa que Salvador foi a terceira capital com maior aumento do consumo de cerveja em fevereiro de 2023, segundo dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), ligada ao Ministério da Saúde. Com um aumento de 28,9% no período, a primeira capital do Brasil ficou atrás apenas de Teresina, com 33%, e Maceió, com 34,2%.

Se Salvador ferve o ano inteiro, só mesmo uma cervejinha gelada para amenizar o calorão. Joselita Santos, 43, por exemplo, não deixa de tomar a sua gelada diária. Seja no almoço ou no fim do expediente, é certo: pelo menos uma das cervejas do Meia Oito (bar no qual trabalha) tem endereço certo. “Eu bebo socialmente, não fico sem minha cervejinha, não. Bebo uma cerveja por dia, principalmente quando faz um bom tempo, aí que me dá mais vontade ainda de beber”, disse.

Talvez o fato de trabalhar atendendo mesas seja o que anima a garçonete a beber todos os dias. Em um dos bairros mais procurados por soteropolitanos e turistas para a boemia, ela contou que chega a servir cerca de três caixas de cerveja por semana, um total de 72 garrafas em um intervalo de sete dias. Mas são dez garçons na casa e o bar, chega a vender cerca de R$ 300 mil apenas da bebida, nesse período. Outro estabelecimento da mesma região registra a venda de aproximadamente 300 longnecks e 144 garrafas de 600 ml em uma única semana.

Enquanto Joselita conserva o costume de beber sozinha em casa, 7 em cada 10 brasileiros gostariam de ter mais momentos no dia a dia para tomar uma com pessoas queridas. O professor de história Cristiano Lima é um deles. “Normalmente, bebo com os amigos, às vezes com a companheira, mas sempre com alguém. Eu não consigo beber sozinho, acho que cerveja tem que ser uma coisa coletiva. Não dá para ser sozinho”, comentou, rodeados de amigos na mesa de bar.

Para Cristiano, tomar uma com os amigos consegue reunir tudo o que há de melhor na cerveja: apreciação e descontração. Além de estupidamente gelada, a cerveja ideal para ele também tem que ser amarga e carregada em álcool. “Eu gosto muito do sabor, mas eu gosto da sensação de relaxamento, essa tranquilidade que dá, às vezes, até uma euforia”, brincou, em meio aos risos.

Amarga ou doce, em dias úteis ou final de semana, uma coisa é certa: a cerveja é parte fundamental da cultura do Brasil. “Ela está na minha memória afetiva. Eu cresci vendo os meus pais beberem, os meus avós, e trouxe isso para a minha vida”, comentou a musicista Beatriz Schramm, de 26 anos, enquanto aguardava a chegada do amigo Tiago na mesa do bar.

Cerveja é a cultura, é a diversão e está nos mais variados momentos da vida da baiana. Desde o “sextou” com o amigo no botequim aos intervalos do trabalho. “Bebo com a minha namorada, bebo com os meus amigos, bebo também no trabalho, porque eu trabalho tocando. Ontem mesmo eu tava ali na Só Shape tocando e bebendo, então é muito normal para mim tomar cerveja assim”.

No Brasil, a indústria cervejeira tem 60,3 mil marcas registradas no Ministério da Agricultura e Pecuária. São mais de R$ 50 bilhões arrecadados em um ano com impostos em cima da bebida e sua produção. Conforme a última edição do Anuário da Cerveja, existem 1.847 cervejarias registradas no Brasil, com presença em 771 municípios brasileiros.

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