Nicolás Maduro expulsa embaixadores de países latino-americanos que contestaram resultado das eleições

Nicolás Maduro expulsa embaixadores de países latino-americanos que contestaram resultado das eleições

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Antonio Dilson Neto

Reprodução/Carlos Garcia Rawlins

Publicado em 29/07/2024 às 18:46 / Leia em 4 minutos

O governo de Nicolás Maduro expulsou o corpo diplomático de sete países na tarde desta segunda-feira (29). A expulsão ocorre após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), o órgão máximo eleitoral do país, ter proclamado Maduro como presidente da Venezuela.

A expulsão foi comunicada pelo ministro das Relações Exteriores venezuelano, Yván Gil Pinto, que publicou uma carta oficial em suas redes sociais. Veja:

 

“A República Bolivariana da Venezuela expressa a sua mais firme rejeição às ações e declarações interferentes de um grupo de governos de direita, subordinados a Washington e abertamente comprometidos com os mais sórdidos postulados ideológicos do fascismo internacional, tentando reavivar o fracassado e derrotado Grupo Lima, que Pretendem ignorar os resultados eleitorais das Eleições Presidenciais realizadas neste domingo, 28 de julho de 2024, que deram a vitória como Presidente da República Bolivariana da Venezuela a Nicolás Maduro para um novo Período Constitucional 2025-2031.

O Governo da República Bolivariana da Venezuela, diante deste nefasto precedente que atenta contra a nossa soberania nacional decide retirar todo o pessoal diplomático das missões em: Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai, ao mesmo tempo, de exigir a esses governos a retirada imediata de seus representantes em território venezuelano.

Da mesma forma, o Governo da República Bolivariana da Venezuela reserva-se todas as ações legais e políticas para fazer respeitar, preservar e defender o nosso direito inalienável à autodeterminação.

O Governo Bolivariano enfrentará todas as ações que atentem contra o clima de paz e a convivência que tantos esforços exigiram do povo venezuelano, pelo que somos contrários a todos os pronunciamentos injerencistas e de cerco com os quais, de forma reiterada, se tenta desconhecer a vontade do Povo Venezuelano.

Os países que tiveram o corpo diplomático expulso são:

  • Argentina
  • Chile
  • Costa Rica
  • Peru
  • Panamá
  • República Dominicana
  • Uruguai

Entre os países que contestaram o resultado das eleições também estão Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Espanha, Itália, Equador, Peru, Colômbia, Guatemala e Portugal.

Entre países que parabenizaram Nicolás Maduro pelo resultado da eleição estão Rússia, China, Irã, Bolívia, Cuba e Nicarágua.

O Ministério Público venezuelano divulgou uma comunicado nesta segunda, saudando o povo venezuelano pela demonstração de civilidade e democracia durante as eleições. Na mensagem, reconhece a vitória de Maduro e afirma que “rejeita as declarações temerárias de alguns poucos governos da América Latina que querem mandar na democracia venezuelana”.

O governo brasileiro ainda não se manifestou. O Itamaraty afirmou que “acompanha com atenção o processo de apuração” e que aguarda a divulgação de informações mais detalhadas, como os “dados desagregados”, pelo CNE. O governo afirma que isso é um “passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”. Esses dados incluem as informações que estão nas atas, como os dados por locais de votação.

Em nota, o MP do país afirmou que “divulgaria as atas ainda nas próximas horas”, o que, até a publicação desta matéria, não aconteceu.

O CNE, órgão presidido por um aliado do presidente do país vizinho, informou que Nicolás Maduro venceu e foi reeleito com 51,2% dos votos, contra 44% do opositor, Edmundo González. A oposição, no entanto, afirma que González venceu com 70%.

A oposição acusou o órgão de ocultar as atas para maquiar o resultado das eleições. O grupo opositor, que se uniu em torno da candidatura de Edmundo González, argumentou que pesquisas de boca de urna apontavam vitória de González sobre Maduro com folga.

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