Além da abertura das Olimpíadas de Paris 2024, a sexta-feira (26) marcou o retorno de Céline Dion aos palcos, em uma apresentação emocionante, direto da Torre Eiffel, um dos principais símbolos franceses.
Acompanhada apenas de um piano e com um vestido Dior, coberto de “milhas de pérolas e mais de 500 metros de franjas”, a canadense fez homenagem a um dos maiores nomes da música francesa, Edith Piaf, ao cantar “Hymne à L’amour” (Hino ao Amor, em português). Foi a primeira vez que a artista cantou após ser diagnosticada com Síndrome da Pessoa Rígida.
Cantora se apresentou direto da Torre Eiffel
Ela havia se apresentado pela última vez em 2019, em Londres. O último show da cantora foi no festival BST Hyde Park, em 5 de julho daquele ano.
“Si je dois revenir chanter, ce sera pour les Jeux Olympiques.”
4 ans après sa dernière performance sur scène, voici la sublime performance de Céline Dion qui reprend “L’hymne à l’amour” d’Edith Piaf.#ceremoniedouverture #paris2024 pic.twitter.com/Y7qM4ARKNO
— France tv (@FranceTV) July 26, 2024
A cantora havia cancelado suas apresentações devido aos espasmos musculares severos. Na época, a artista compartilhou sua situação com os fãs através de um vídeo no Instagram.
Céline Dion
“Venho enfrentando problemas de saúde há muito tempo, o que tem sido um grande desafio para mim… Esses espasmos impactam todos os aspectos da minha vida diária, dificultando até mesmo minha caminhada e o uso das minhas cordas vocais como antes”, revelou.
No documentário “Eu Sou: Céline Dion”, lançado no Prime Video no final de junho, ela revisita sua carreira e fala sobre seu momento atual. “A síndrome não me tirou nada. Eu voltarei aos palcos. Mesmo que tenha que rastejar, mesmo que precise usar minhas mãos para me comunicar. Mas voltarei”, afirmou. “Eu sou Céline Dion. Eu quero e sinto falta disso”, completou.
Céline Dion
Entenda a síndrome rara
A síndrome da pessoa rígida, identificada pela primeira vez em 1956 e anteriormente conhecida como “síndrome do homem rígido”, é um distúrbio que afeta o sistema nervoso central e provoca rigidez muscular. Trata-se de uma condição autoimune, onde o corpo ataca suas próprias células saudáveis.
O anticorpo anti-GAD é frequentemente associado a essa condição autoimune, atacando estruturas nervosas e resultando em sintomas como rigidez muscular e espasmos dolorosos nos braços, pernas e coluna. Esses sintomas variam em intensidade e frequência, tornando o diagnóstico difícil.
Embora historicamente referida como “síndrome do homem rígido”, a condição é mais comum em mulheres com mais de 40 anos. O diagnóstico é feito através de eletroneuromiografia, observação dos sintomas e análise do líquor para detectar anticorpos GAD.
Céline Dion
Tratamento e prognóstico
Apesar de não haver cura, a síndrome da pessoa rígida pode ser gerenciada com tratamentos que incluem imunossupressores e medicamentos para aliviar os sintomas, como relaxantes musculares. Em alguns casos, o tratamento é tão eficaz que o paciente pode alcançar um estado de remissão.
A autoimunidade pode ser primária (genética) ou secundária, como em cerca de 1% dos casos, onde a condição é conhecida como síndrome paraneoplásica, associada à presença de tumores. Nestes casos, é fundamental avaliar a possibilidade de tumores concomitantes.
Recentemente, Claudette Dion, irmã de Céline, revelou ao site canadense 7 Jours que a cantora está se dedicando intensamente ao combate à doença, mas o futuro de sua carreira ainda era incerto devido à progressão da rigidez muscular que afetou sua capacidade vocal.
Homenagem para Céline Dion
Em entrevista à BBC em junho, Céline mencionou planos para uma possível residência em Las Vegas no futuro próximo. “Estamos trabalhando muito para montar esse show, porque eu estou de volta… estarei no palco. Não sei quando exatamente, mas confie em mim, vou gritar bem alto”, disse a cantora.
Dois anos após o início do tratamento, então, Céline retorna aos palcos ainda mais poderosa do que nunca. Na abertura das Olimpíadas de Paris 2024, a cantora mostrou ao mundo que sua voz sempre será eterna.
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