Por conta dos reduzidos índices de chuva, baixa umidade relativa do ar, aumento de temperatura e risco de incêndios, o governo do Acre decretou situação de emergência ambiental nos 22 municípios do estado. A medida vale até o dia 31 de dezembro. Além disso, foi instalado no governo local um gabinete de crise para tratar da situação.
Nesta quarta-feira (24), o Rio Acre atingiu a cota de 1,54 metro, segundo medição feita pelo Serviço Geológico Brasileiro. A pesquisa, realizada em Rio Branco, aponta uma redução de dois centímetros em relação à medição feita no dia anterior. Com isso, o rio fica próximo de atingir a pior cota da história: 1,25 metro em setembro de 2022. A situação tem prejudicado, especialmente, o abastecimento de água potável na capital, Rio Branco. De acordo com a prefeitura, mais de 200 mil litros de água são distribuídos diariamente para 32 comunidades da cidade.
A cidade de Jordão, distante 839 km de Rio Branco, tem sido impactada e enfrenta dificuldades para garantir o abastecimento de água para a população pela baixa no nível dos rios Jordão e Tarauacá. As cidades de Feijó, Epitaciolândia e Bujari também têm enfrentado desafios em razão da seca nos igarapés, o que atinge, além do Rio Acre, os rios Purus, Curuá, Tarauacá, Envira e Iaco.
Em Epitaciolândia, que fica na fronteira do Acre com a Bolívia, a falta de água afeta 18 mil moradores. Já na cidade de Feijó, além dos problemas relacionados ao desabastecimento de água, o nível dos rios e igarapés pode causar o isolamento de ribeirinhos e indígenas “devido à falta de navegabilidade dos mananciais, ocasionando diversos problemas de abastecimento de alimentos e outros insumos” para a população.
Em Porto Walter, a seca prolongada causa muitos problemas para a navegação no Rio Juruá e seus afluentes, afetando quase 11 mil pessoas, incluindo comunidades indígenas e ribeirinhas que sofrem com a falta de água potável e a escassez de alimentos. Também há registros de incêndios na área verde do aeródromo da cidade, comprometendo voos. A rota aérea poderá sofrer obstrução por conta das nuvens de fumaça.
Em Cruzeiro do Sul, as condições climáticas adversas, relacionadas à estiagem prolongada, altas temperaturas, ondas de calor, baixa umidade relativa do ar e intensos ventos, propiciam a ocorrência de incêndios florestais. O aumento da ocorrência de queimadas e incêndios florestais tem elevado a concentração de monóxido de carbono e partículas na atmosfera, levando riscos à saúde da população.