Os cafés especiais e gourmet, juntos, representam cerca de 2% de todo consumo de café no Brasil. Para o leitor, o número pode parecer inexpressivo, mas, para produtores e para a indústria dos cafés especiais da Bahia, o dado demonstra que há um enorme potencial de crescimento econômico para o segmento.
Neste contexto, como uma vitrine para o setor, a Feira Baiana de Cafés Especiais volta a acontecer em Salvador, nos dias 17 e 18 de agosto, no Doca 1, no bairro do Comércio. Os ingressos para esta segunda edição começam a ser vendidos na próxima quarta-feira (17), no Sympla.
“O termo café especial foi criado na década de 1970. De alguma maneira, a novidade traz também um pouco de ceticismo. Porém, à medida que a indústria vai sendo construída, essa lacuna vai diminuindo. Este mês, uma pesquisa da Fapesp aponta que 0,08% do consumo é de cafés especiais. Mas, quando a gente vai para o café gourmet, o percentual está em 1,7%. Observamos que há um mercado enorme ainda em crescimento”, garante Vinícius Lima (foto abaixo), torrador de cafés, consultor em pós-colheita e avaliação sensorial.
Ele explica que, nos últimos anos, o mercado evoluiu na disponibilidade de café de alta qualidade, com o aumento no número de produtores focados nessa produção e que, por já serem disponibilizados em supermercados, os grãoes especiais têm chegado mais facilmente aos lares. “A chegada ao mercado facilita e amplia a possibilidade de consumo, disseminando a cultura do café de alta qualidade, já que anteriormente esse tipo de cafés estava muito concentrado no ambiente das cafeterias”, contextualiza.
O torrefador Lucas Campos, fundador da Blenditta Torra de Bons Cafés e mestre de cerimônias da Feira Baiana de Cafés Especiais, antecipa que, no evento, as pessoas vão encontrar as principais marcas de café da Bahia e terão a oportunidade de experimentar vários cafés ao mesmo tempo, fazendo um comparativo dos aromas e sabores e exercitar o paladar.
Nos espaços da feira, o consumidor poderá checar e estudar outras informações, na própria embalagem dos produtos, da categoria de qualidade – se é especial ou gourmet – a informações de rastreabilidade – nome do produtor, fazenda, região, espécie e variedade. “Pode checar ainda o nível de torra, de moagem, notas sensoriais, que são informações que ajudam a antecipar para o cliente o que esperar daquele café”, indica Vinícius.
Novidades da segunda edição
Nesta edição, segundo Maurício Galvão, organizador e produtor do evento, a feira alcança metas importantes. Além da expansão para dois dias, contará com presença mais forte dos pequenos produtores e de produtores da agricultura familiar, que representam a excelência dos cafés especiais da Bahia, e a possibilidade de networking entre investidores.
“A Feira será o espaço de conexão do consumidor com a cadeia produtiva dos cafés especiais, instituições privadas e Governo. Temos um objetivo comum maior, que é firmar a Bahia na posição de referência nacional em cafés especiais”, destaca.
Mais informações desta segunda edição estão disponíveis no perfil oficial da feira no Instagram: @feirabaianadecafesespeciais.