Rita Lee, a ‘Mãe do Rock Brasileiro’ e seu inestimável legado

Rita Lee, a ‘Mãe do Rock Brasileiro’ e seu inestimável legado

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Tiago Mascarenhas

Divulgação/Roberto de Carvalho

Publicado em 13/07/2024 às 10:20 / Leia em 4 minutos

No Dia Mundial do Rock, celebrado neste 13 de julho, homenageamos figuras icônicas que moldaram esse gênero musical ao longo das décadas. No Brasil, nenhum nome é mais emblemático para a cena do que Rita Lee, carinhosamente conhecida como a “Mãe do Rock Brasileiro”. Sua trajetória, vivida por inovação, irreverência e talento inigualável, deixou uma marca atemporal na música nacional. Lee faleceu em 8 de maio de 2023, aos 75 anos.

Rita Lee Jones de Carvalho começou sua carreira musical nos anos 60 como membro fundadora da banda Os Mutantes, ao lado de Arnaldo Baptista e Sérgio Dias. Os músicos rapidamente se destacaram por sua fusão inovadora de rock psicodélico com elementos da música brasileira, tornando-se uma das bandas mais influentes do movimento tropicalista. O álbum autointitulado de estreia, lançado 1968, é considerado por muitos um marco da época, seguido por outros trabalhos como “Mutantes” (1969) e “A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado” (1970).

Após ser expulsa do grupo, em 1972, Rita iniciou uma carreira solo que solidificaria sua posição como a mãe do rock nacional. Seu primeiro álbum solo, “Build Up” (1970), foi produzido enquanto ainda fazia parte de Os Mutantes. No entanto, foi com “Hoje é o Primeiro Dia do Resto da Sua Vida” (1972), seu primeiro trabalho completamente desvinculado da banda, que ela começou a definir sua própria identidade musical.

O álbum “Fruto Proibido” (1975), lançado em parceria com a banda Tutti Frutti, é frequentemente citado como um dos maiores clássicos do rock brasileiro. Canções como “Ovelha Negra”, “Agora Só Falta Você” e “Esse Tal de Roque Enrow” se tornaram hinos de uma geração e reafirmaram a posição de Rita como uma das mais importantes artistas do país.

Nos anos seguintes, Rita Lee consolidou uma parceria musical e pessoal com Roberto de Carvalho, que resultou em uma série de álbuns de sucesso e um amor para a vida toda. O disco “Rita Lee” (1979) inclui hits como “Mania de Você” e “Doce Vampiro”, enquanto “Lança Perfume” (1980) e “Rita Lee e Roberto de Carvalho” (1982) trouxeram sucessos como “Lança Perfume” e “Banho de Espuma”.

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Um outro marco significativo em seu legado é o LP “Refestança”, lançado em 1977 em colaboração com Gilberto Gil. Gravado durante uma série de shows da dupla pelo Brasil, esse disco ao vivo destaca a versatilidade da cantora, ao mesclar rock, pop e música brasileira, e a amizade de longa data que teve com o baiano. A produção não só captura a energia vibrante da cumplicidade deles, mas também exemplifica a capacidade que ela teve de se unir a outros grandes nomes da música brasileira, resultando em uma obra que enriquece ainda mais seu impacto na indústria nacional.

Vale ressaltar que ela não se destacou apenas por sua música, mas também por sua personalidade vibrante e atitudes progressistas. A artista desafiou normas sociais e trouxe temas como feminismo, liberdade sexual e a luta contra o preconceito para o centro das atenções em uma época de repressão política e social no Brasil. Sua irreverência e humor ácido a tornaram um ícone cultural, influenciando tanto a música quanto o comportamento social.

Ao longo de sua carreira, Lee deu ao mundo mais de 30 álbuns, vendeu milhões de discos e recebeu inúmeros prêmios, incluindo Grammys Latinos e prêmios de música brasileira. Suas músicas continuam a ser tocadas e apreciadas por fãs de todas as idades, reafirmando sua relevância atemporal.

O legado dela é vasto e duradouro. Suas contribuições para a música e cultura brasileiras continuam a inspirar novas gerações de músicos e fãs. No Dia Mundial do Rock, celebramos não apenas o gênero que mudou o mundo, mas também os artistas que fizeram história, como Rita Lee, a eterna Mãe do Rock Brasileiro. Com sua obra, a cantora ditou as regras do jogo, mostrando que a forma de criar precisava ser reinventada. Era preciso ter culhão pra fazer rock. Rita foi lá e fez, com úteros e ovários, uma transformação cor-de-rosa.

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