Três lições para aprender com Maria Bethânia no seu aniversário

Três lições para aprender com Maria Bethânia no seu aniversário

Redação Alô Alô Bahia

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Redação Alô Alô Bahia

Bel Gandolfo e Bob Wolfenson

Publicado em 18/06/2024 às 10:17 / Leia em 4 minutos

Hoje é dia de celebrar a vida de Maria Bethânia. Um dos principais nomes da música brasileira, ela completa 78 anos nesta terça-feira (18). Figura pública desde os 17 anos, sua força nos palcos é admirada por legiões de fãs há seis décadas. Muita gente a acha sisuda, sóbria em suas opiniões, mas quem acompanha a geminiana de Santo Amaro da Purificação, na Bahia, mais perto, sabe que ela tem um lado bem-humorado, com ótimas tiradas, e, também, consegue dar lições que valem para toda vida. A seguir, reunimos três momentos em que a artista foi pura inspiração.

Maria Bethânia com a atriz e cantora Letrux.

“Fique do seu tamanho”
Viralizou na internet recentemente o vídeo em que a cantora e atriz Letrux conta, durante uma entrevista, ter ido ao camarim cumprimentar Bethânia após um show e, ao se “encolher” para ficar da altura da baiana durante uma foto, ouviu uma frase que mudou sua vida. “Eu tenho 1,85 m e sempre tentei ser baixa, sempre tive vergonha, até que, em 2019, um amigo meu que dirigiu o filme dela me levou até o camarim. A Bethânia no palco parece ter dois metros, mas ela é baixinha. Então, quando fui fazer a foto com ela, me encolhi e ela falou ‘fique do seu tamanho’. Eu sempre lembro desse dia e falo: ‘cara, assume’. Ser grande tem um pouco essa coisa também do sucesso, do medo, medo de ser grande. Mas essa frase, ‘fique do seu tamanho’, foi um ensinamento que Bethânia me passou”.

 

 

Maria Bethânia, aniversariante do dia.

Afirmação feminina
Primeira cantora brasileira a vender 1 milhão de discos, com “Álibi”, em 1978 – quebrando o tabu, na época, de que mulher não vendia discos -, Bethânia sempre exalta figuras femininas, sem deixar de citar homens que foram importantes na sua vida e profissão. No filme “Maria – Ninguém sabe quem sou eu”, dirigido pelo jornalista e roteirista Carlos Jardim, se emociona ao falar da mãe, Dona Canô, matriarca da família Velloso, morta em 2012 aos 105 anos, e destaca outros exemplos que interferiram de forma positiva em seu jeito único de ver o mundo, como a ialorixá Mãe Menininha do Gantois, a cantora Nara Leão, a poeta Clarice Lispector e Nossa Senhora: “Eu não sei me dirigir a Deus, é muito poder, o criador de tudo, muito alto. E Nossa Senhora viveu na Terra, foi mulher de São José, uma moça linda que dançou, comeu, cantou. Então, me sinto, com minha humanidade, mais próxima da santidade dela. Ela tem mais paciência, mais compreensão, e é mulher, e é mãe. eu sou louca por Nossa Senhora”, disse.

 

Lançamento do livro “Caderno de Poesias”.

Poesia e tempo
Em 2015, ano em que comemorou cinco décadas de carreira, Bethânia lançou o livro “Caderno de Poesias” (Editora UFMG) – com projeto gráfico de Gringo Cardia -, que reunia textos de outros autores, além de alguns de próprio punho. A ideia surgiu seis anos antes, quando a historiadora Heloisa Starling convidou a cantora para participar de um projeto da Universidade Federal de Minas Gerais no qual declamaria seus poemas preferidos para alunos. Na lista havia versos de Fernando Pessoa, Castro Alves e Guimarães Rosa, entre outros. Desse momento veio o espetáculo “Bethânia e as palavras”, que rodou Brasil e Portugal, e ganhou registro em DVD pela Biscoito Fino, entre outras mídias. No livro, afirma que “Dizer poesia hoje, nesse tempo de tanto desapego, é tarefa difícil. É como ofender o mundo” e sugere: “Pare um pouquinho, desligue o telefone dez minutos, leia um verso. Em algum momento você vai se lembrar de como aquilo te fez sentir. Alguma coisa fica”, disse em entrevista ao jornal O Globo sobre o assunto.

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