Apê mais caro da cidade e lancha maior que a de Bell: vencedor da Mega da Virada vive vida de luxo em Salvador

Se a sorte decidir dar o ar da graça em Salvador na noite de 31 de dezembro, ela pode transformar um morador da cidade num grã-fino com fortuna que daria inveja a Tomé de Souza. O prêmio de R$ 850 milhões da Mega da Virada é mais que o suficiente para curtir tudo que a cidade oferece de mais exclusivo.

Mesmo o roteiro mais tímido já beira o absurdo. Aplicado integralmente na poupança, o valor renderia algo em torno de R$ 4,2 milhões por mês. Sem gastar um centavo, em menos de três anos o dinheiro ganharia mais R$ 150 milhões só pelo efeito silencioso dos juros, empurrando o vencedor para o clube dos bilionários.

Na renda fixa tradicional, um CDB pagando 100% do CDI entregaria cerca de R$ 7,3 milhões líquidos todo mês. É dinheiro suficiente para esquecer o significado da palavra boleto.

Mas ninguém sonha com R$ 850 milhões para viver como monge financeiro. O plano mais plausível é misturar disciplina com extravagância. Gastar sem culpa e, principalmente, sem risco. E Salvador oferece um cardápio generoso para isso.

No mercado imobiliário, o novo endinheirado poderia escolher endereço com vista definitiva para o mar. A unidade mais cara da cidade, no Mansão Wildberger, custa R$ 50 milhões. Quer algo mais reservado? Mansões em condomínios fechados como o Alphaville giram em torno de R$ 10 milhões. Troco, perto do prêmio.

Para o lazer náutico, dá para ir além do padrão celebridade. Se Bell Marques já elevou a régua com uma Schaefer 660 de R$ 15 milhões, o vencedor poderia mirar mais alto. O Azimut Grande 27 Metri, maior modelo já produzido pela marca no Brasil, custa a partir de R$ 57,9 milhões. São mais de 350 metros quadrados flutuando, cinco suítes, fibra de carbono na estrutura e um flybridge com jacuzzi para observar a Baía de Todos-os-Santos como quem observa um aquário particular. Aliás, Cristiano Ronaldo possui uma unidade para chamar de sua.

Nas ruas mais elegantes da cidade, o desfile poderia acontecer sobre quatro rodas. Um Aston Martin Valour, avaliado em R$ 16,5 milhões, resolve a missão com facilidade.

Quando o assunto é distância, o céu também deixa de ser limite. Um jatinho Embraer Phenom, por cerca de R$ 20 milhões, garantiria liberdade aérea total. Mas, se bater vontade de viajar como passageiro comum — só que na classe executiva, evidentemente — uma ida e volta Salvador–Paris sai por cerca de R$ 15 mil na luxuosa Air France.

Mesmo depois de imóveis, iates, carros e aviões, o dinheiro ainda daria para transformar pequenos luxos em rotina. Todas as refeições no restaurante mais caro da cidade, sem olhar preços. Hospedagens intermináveis em hotéis cinco estrelas. Só no Fera Palace, o prêmio bancaría mais de 100 mil diárias na suíte principal, que recebeu o presidente francês Emmanuel Macron em sua visita recente à Bahia. Em outras palavras: quase três séculos vivendo como hóspede, com café da manhã incluído.