Netflix fecha acordo histórico e compra Warner Bros. por US$ 82,7 bilhões; entenda

Netflix fecha acordo histórico e compra Warner Bros. por US$ 82,7 bilhões; entenda

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Tiago Mascarenhas

Divulgação

Publicado em 05/12/2025 às 09:59 / Leia em 3 minutos

A Netflix oficializou um acordo para adquirir a Warner Bros. Discovery (WBD) em uma transação que promete redefinir a indústria do entretenimento global. O negócio, avaliado em cerca de US$ 82,7 bilhões em valor empresarial (enterprise value) e US$ 72 bilhões em valor de mercado para os acionistas, combina pagamento em dinheiro e troca de ações.

A operação precifica a WBD em US$ 27,75 por ação. Pelo contrato, os acionistas da Warner receberão US$ 23,25 em dinheiro somados a US$ 4,50 em papéis da Netflix. O acordo prevê ainda um mecanismo de ajuste financeiro (“collar”) para equilibrar a proporção das ações com base na flutuação do mercado antes da assinatura final.

Para que a aquisição seja concretizada, há uma condição precedente complexa: a separação da divisão “Global Networks” da Warner. Canais lineares como CNN, TNT e Discovery serão desmembrados para formar uma nova companhia independente, batizada de Discovery Global. A previsão é que essa cisão ocorra até o terceiro trimestre de 2026, abrindo caminho para a finalização da compra pela Netflix.

Mudança de estratégia, novos ativos e disputa nos bastidores

O movimento sinaliza uma alteração profunda no modelo de negócios da Netflix. Historicamente focado no crescimento orgânico e licenciamento de conteúdos, o serviço de streaming agora passa a controlar um dos estúdios mais tradicionais de Hollywood e incorpora ativos premium, como o catálogo da HBO e da plataforma Max.

Sob a nova gestão, a Warner Bros. deve manter um fluxo operacional próprio, preservando lançamentos cinematográficos tradicionais em modelo híbrido com o streaming.

O negócio enfrenta forte resistência no mercado e na esfera política. A Paramount Skydance, que disputava a compra e teria sido a proposta mais incisiva anteriormente, questionou a lisura do processo. A concorrente enviou uma carta ao departamento jurídico da Warner acusando a empresa de favorecimento e alertando para o risco de veto por órgãos reguladores, dado que a Netflix já lidera o setor de streaming.

A concentração de mercado também mobilizou cineastas e produtores, que solicitaram ao Congresso dos EUA uma análise rigorosa da fusão. A preocupação chegou a Washington: o representante republicano Darrell Issa encaminhou ofícios à Procuradora-Geral dos EUA, Pam Bondi, e à liderança da Comissão Federal de Comércio (FTC), exigindo avaliações sobre o impacto na concorrência e nas relações trabalhistas do setor.

As negociações entre as partes seguem em caráter de exclusividade. Mesmo com o alinhamento dos termos, a aprovação final passará por um longo escrutínio antitruste, que deve se estender ao longo de 2026.

A venda da Warner Bros. Discovery encerra meses de especulação. Em outubro, o Conselho de Administração da empresa admitiu buscar alternativas estratégicas para valorizar suas ações, atraindo o interesse de conglomerados como Apple, NBCUniversal e a própria Paramount Skydance antes do desfecho com a Netflix.

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