A Black Friday de 2025, marcada para esta sexta-feira (28), deve atingir o maior volume de vendas desde o início da série histórica da Confederação Nacional do Comércio (CNC), em 2010. A previsão da entidade é de que o comércio movimente R$ 5,4 bilhões, alta de 2,4% em relação ao mesmo período de 2024.
De acordo com a CNC, o desempenho positivo ocorre apesar do cenário de endividamento elevado, inadimplência alta e crédito mais caro, fatores que limitam um avanço maior das vendas. Para o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, mesmo com as incertezas econômicas internas e externas, o mercado deve registrar crescimento na data.
A projeção considera dois fatores que favorecem o consumo: a valorização do real frente ao dólar e o mercado de trabalho aquecido. A entidade destaca que, nos últimos 12 meses, a taxa média de câmbio caiu 8,3%, criando um ambiente mais favorável para compras, diferente do observado em novembro de 2024, quando o dólar girava em torno de R$ 5,80.
Além disso, o país registra os menores índices de desemprego desde o início da série do IBGE, o que impulsiona o ritmo do varejo. No segundo trimestre de 2025, a massa real de rendimentos cresceu 5,5% em comparação ao ano passado.
A maior parte do faturamento deve se concentrar em três segmentos: hipermercados e supermercados (R$ 1,32 bilhão), eletroeletrônicos e utilidades domésticas (R$ 1,24 bilhão) e móveis e eletrodomésticos (R$ 1,15 bilhão). Também devem ter forte participação vestuário e acessórios (R$ 950 milhões) e farmácias, perfumarias e cosméticos (R$ 380 milhões).
A Black Friday é hoje a quinta data mais importante para o varejo nacional, atrás apenas do Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças e Dia dos Pais.
Para avaliar o real potencial de descontos, a CNC acompanhou diariamente, nos últimos 40 dias, os preços de 150 itens distribuídos em 30 categorias. O levantamento indica que 70% dos grupos analisados apresentam margem significativa para redução de preços durante a campanha.
Entre os maiores recuos estão papelaria (-10,14%), livros (-9,02%), joias e bijuterias (-9,01%), perfumaria (-8,20%), utilidades domésticas (-8,18%) e produtos de higiene pessoal (-8,11%).