A criação de uma nova Universidade Federal em Feira de Santana, segunda maior cidade da Bahia, foi tema de uma audiência pública nesta semana. Participaram do encontro as comissões de Educação e Cultura da Assembleia Legislativa da Bahia e da Câmara Municipal de Feira de Santana. A iniciativa, uma proposição do deputado Robinson Almeida (PT) em parceria com o vereador feirense Professor Ivamberg Lima (PT), mobilizou parlamentares, gestores municipais, educadores, estudantes e representantes de entidades civis, da indústria e do comércio.
“Já temos doações de terrenos aqui na cidade para a instalação física dos prédios e existem também estudos, desenvolvidos pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, que mostram a viabilidade técnica, pedagógica e estrutural para a criação da instituição de ensino superior em Feira de Santana. Em setembro passado, em Brasília, entregamos uma documentação em audiência no Ministério da Educação, procurando sensibilizar a administração federal. É necessária a força política de autoridades estaduais e municipais, setor empresarial e cultural, todos unidos para colocar essa universidade no primeiro lugar da fila, quando houver a decisão de expansão do ensino superior no Brasil”, defendeu Robinson Almeida.
Com 600 mil habitantes, Feira de Santana vive um momento de expansão nos últimos tempos, consolidando-se como um polo de serviços, logística, indústria, produção científica e cultural, além de impactar diretamente no desenvolvimento econômico e social de outros quase 100 municípios de seu entorno. Apesar de sua importância na região, a chamada Princesa do Sertão abriga, na área pública educacional, apenas a Universidade Estadual de Feira de Santana e o Centro de Ciência e Tecnologia em Energia e Sustentabilidade, uma unidade da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.
Para o vereador Ivamberg, a segunda maior cidade da Bahia, que supera em nível populacional oito capitais do Brasil, merece ter uma universidade federal. “Será um ganho imenso em ensino, pesquisa e extensão para nossa região, com um retorno social gigantesco para as comunidades. A educação tem o poder de transformar destinos”, ressaltou o presidente do Colegiado da Educação e Cultura da Câmara Municipal de Feira de Santana.
Durante a audiência pública, as professoras Luciana Maciel e Jéssica Ribeiro apresentaram a proposta de criação da nova universidade, que está posicionada para atender a uma população de 1,8 milhão de pessoas nos territórios de identidade Portal do Sertão, Sisal e Bacia do Jacuípe. Na ocasião, elas mostraram que cerca de 1,5 milhão de jovens baianos, com idade entre 17 e 24 anos, têm condições para ingressar na universidade, o que representa “uma janela de oportunidade para investimentos em educação superior, com potencial impacto duradouro no desenvolvimento regional”.
Participaram também do debate o presidente do Instituto Pensar Feira, Edson Piaggio de Oliveira; o diretor do Instituto de Educação e Desenvolvimento (Ined), professor Josué da Silva Mello; o diretor do Movimento em Defesa da Democracia e Contra o Fascismo, Elísio Santa Cruz; o representante da União Nacional dos Estudantes, Ângelo Teixeira; o secretário municipal de Cultura, Esporte e Lazer, Cristiano Lôbo; e a primeira-dama da Bahia, a professora da UFRB, Tatiana Velloso.