Conteúdo apresentado pelo Sebrae Bahia
A Praia do Forte é um importante pólo de turismo para o Litoral Norte, não só pelas praias, resorts e o mais que conhecido Projeto Tamar. Se nas águas de lá as tartarugas reinam como símbolo de preservação ambiental e ecoturismo, no solo e no ar, a coroa tem sido delas: as abelhas do meliponário Pólen Dourado, que além de atraírem turistas de todos os cantos, produzem um tipo de mel premium que tem ganhado destaque até fora do país.
É sabido que as abelhas são protagonistas na preservação ambiental e na polinização de culturas agrícolas, fortalecendo o equilíbrio dos ecossistemas. O Mel da Bahia, portanto, se mostra mais que alimento. É cultura, biodiversidade e trabalho coletivo, porque a apicultura baiana envolve milhares de pequenos produtores, especialmente da agricultura familiar, em diferentes territórios do estado. O nosso clima e a vegetação nativa (Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica) dão origem a meles de sabores únicos.
Santuário das abelhas movimenta turismo e preserva o meio ambiente na Praia do Forte
Na Praia do Forte, o meliponário Pólen Dourado foi criado pelo casal Rarison Lima e Ana Paula Santos a partir de uma provocação de Daniel Cady, nutricionista e marido de Ivete Sangalo. “Eu comecei a criar abelha por hobby. Daniel já criava algumas e nos provocou a absorvê-las na nossa produção, mudando para a Praia do Forte”, conta Rarison. Hoje formando um santuário que cultiva 16 espécies brasileiras sem ferrão, o meliponário da Praia do Forte funciona também com viés educativo, oferecendo visita guiada e degustação de meles para os visitantes.
Originalmente fabricante de móveis, Rarison viu na melipolicultura o renascimento da vida com a mulher, que descobriu e venceu um câncer em 2018. O processo fez o casal repensar o que os motivava e que dava sentido à vida. “Nós tínhamos um sítio. Começamos a criar galinha, peixe, abelha… Ninguém acreditava que isso daria sustento. Fui estudar, me capacitar em gestão ambiental, técnica ambiental e logo recebemos o nosso primeiro título”, comenta o produtor.
Santuário das abelhas movimenta turismo e preserva o meio ambiente na Praia do Forte
O título mencionado por Rarison é o de Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA) da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). Pólen Dourado é o primeiro meliponário no mundo a recebê-lo, em 2022, por atender os três pilares de RBMA: Conservação da Biodiversidade, Desenvolvimento Sustentável e Conhecimento Tradicional e Científico. Para chegar a tanto, Rarison contou com o apoio do Sebrae.
Ao longo dos anos, os produtores da cadeia do mel vêm incorporando novas técnicas de manejo, boas práticas de produção e inovação na comercialização. Por meio de ações contínuas de acesso a mercado, capacitação, seminários e reuniões técnicas, o Sebrae/BA tem contribuído para o crescimento e a profissionalização dos produtores em toda a região, sendo um grande parceiro dessa cadeia ao promover orientações técnicas, materiais educativos e consultorias online que aproximam o conhecimento à realidade do campo.
Com isso, o mel baiano ganhou destaque nacional e internacional pela sua pureza e diversidade de sabores, refletindo a riqueza da flora local. Hoje, além do mel, produtos como própolis, pólen e cera têm conquistado espaço em mercados diferenciados, agregando valor à produção. Prova disso são os mais de 100 produtos derivados dos meles da Pólen Dourado de Praia do Forte.
Hoje, com mais de 50 famílias envolvidas, a abelha rainha do nosso Litoral Norte chegou a faturar mais de R$ 1 milhão em 2024.
A história de Rarison e Ana Paula é também um convite para conhecer e valorizar o patrimônio cultural, econômico e gastronômico do estado na e-Agro25, evento realizando pelo Sebrae e Sistema Faeb/Senar, que acontece de 27 a 29 de novembro, em Salvador. É uma oportunidade para experimentar, aprender e se conectar com a riqueza que existe no campo do estado da Bahia. Informações e inscrições disponíveis no site eagrodigital.com.br.
