STF mantém prisão preventiva de Jair Bolsonaro por decisão unânime da Primeira Turma

STF mantém prisão preventiva de Jair Bolsonaro por decisão unânime da Primeira Turma

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Tiago Mascarenhas

Adriano Machado/Reuters

Publicado em 24/11/2025 às 11:51 / Leia em 3 minutos

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, manter a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro. O julgamento, realizado no plenário virtual nesta segunda-feira (24), confirmou a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que havia convertido a prisão domiciliar em preventiva no sábado (22).

Os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia acompanharam integralmente o voto do relator.

Bolsonaro está detido em uma sala da Superintendência da Polícia Federal em Brasília. A mudança no regime de custódia ocorreu após a PF apontar novos elementos que, segundo Moraes, mostraram risco concreto de fuga e ameaça à ordem pública.

A decisão é considerada relevante diante da proximidade do início do cumprimento da pena de 27 anos e três meses pelo caso que investigou a tentativa de ruptura institucional, na qual Bolsonaro foi apontado como líder do esquema.

No voto, Moraes afirmou que o ex-presidente violou “dolosa e conscientemente” a tornozeleira eletrônica. Segundo ele, Bolsonaro admitiu na audiência de custódia ter danificado o equipamento, o que configuraria falta grave e descumprimento claro da medida cautelar. O ministro destacou ainda que o episódio se soma a outros comportamentos reiterados de desrespeito a decisões judiciais.

Flávio Dino sustentou que a manutenção da prisão é necessária para garantir a ordem pública, citando a possibilidade de mobilizações semelhantes às que culminaram nos ataques de 8 de janeiro de 2023.

Ele também mencionou declarações públicas de Bolsonaro nas quais o ex-presidente afirmava que “jamais se submeteria à prisão”. Cristiano Zanin e Cármen Lúcia votaram sem apresentar considerações adicionais.

A conversão para prisão preventiva levou em conta dois pontos principais: a tentativa de violação da tornozeleira eletrônica durante a madrugada de sábado, que exigiu a troca do dispositivo, e a convocação de uma vigília em frente à casa onde Bolsonaro cumpria prisão domiciliar, ação que, segundo Moraes, poderia interferir na fiscalização da medida.

Durante a audiência de custódia, realizada no domingo (23), Bolsonaro declarou que o episódio foi provocado por um “surto” relacionado ao uso combinado de medicamentos psiquiátricos, citando pregabalina e sertralina.

Ele disse ter usado um ferro de solda na tornozeleira por curiosidade e negou qualquer intenção de fuga. A defesa apresentou laudo médico e argumentou que o estado de saúde do ex-presidente justificaria a volta ao regime domiciliar, o que não foi acolhido pelo Supremo.

No depoimento, Bolsonaro relatou que vinha enfrentando noites mal dormidas, que começou a tomar um dos remédios dias antes do incidente e que não se lembra de ter vivido situação semelhante anteriormente. Mesmo assim, os ministros consideraram que os fatos demonstram risco concreto à execução da pena.

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