Um vídeo divulgado pelo Supremo Tribunal Federal neste sábado (22) mostra Jair Bolsonaro (PL) admitindo que usou um ferro de solda para queimar a tornozeleira eletrônica que utilizava em razão da prisão domiciliar. O ex-presidente foi preso nas primeiras horas da manhã, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, após agentes constatarem que o equipamento estava danificado.
A Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal enviou ao STF um relatório técnico e as imagens que registram a violação. Segundo o Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (Cime), o alerta de dano foi emitido às 0h07, e a equipe de escolta foi acionada imediatamente. Ao chegar à residência de Bolsonaro, os agentes observaram “marcas de queimadura em toda a circunferência” da tornozeleira e sinais de tentativa de abertura do fecho.
No vídeo, Bolsonaro confirma que tentou abrir o dispositivo usando um ferro quente. A conversa com a policial ocorreu dentro de sua casa, durante a madrugada:
— “O senhor usou alguma coisa para queimar isso aqui?”
— “Eu meti ferro quente aí. Curiosidade.”
— “Que ferro foi, ferro de passar?”
— “Não, ferro de soldar, de solda.”
— “O senhor tentou puxar a pulseira também?”
— “Não, não, não. Isso não. Não rompi a pulseira, não.”
— “Pulseira aparentemente intacta, mas o case violado”, relata a servidora no vídeo.
— “Que horas o senhor começou a fazer isso, seu Jair?”
— “No final da tarde.”
Embora a pulseira estivesse preservada, o equipamento precisou ser trocado antes da prisão preventiva ser decretada.
A divulgação do vídeo e do relatório ocorreu após aliados do ex-presidente afirmarem que a violação teria ocorrido por falta de bateria. Em nota, o STF informou que Alexandre de Moraes retirou o sigilo “em razão das diversas informações errôneas que vêm sendo divulgadas” sobre o caso.
O ministro também deu 24 horas para que a defesa de Bolsonaro se manifeste oficialmente sobre a violação da tornozeleira.