A maior exposição individual do artista Zéh Palito no país foi inaugurada nesta quarta-feira (19) em Salvador. Intitulada “Do pranto o oceano, e nadamos no amor”, a mostra ocupa o Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC-BA) e segue aberta para visitação até 22 de fevereiro de 2026.
É a primeira vez que Palito — artista com trajetória dividida entre Brasil, Estados Unidos e Zâmbia — apresenta uma exposição individual em um museu brasileiro. Reconhecido por colocar pessoas negras no centro de sua narrativa visual, ele define o momento como simbólico. “Eu sempre pintei pensando no mundo, mas sabendo de onde eu venho”, afirmou à Vogue Brasil.
A mostra reúne 21 pinturas, uma escultura, seis instalações, um mural e a ativação de um cacho de bananas inflável, produzidos entre 2022 e 2025. Os trabalhos percorrem diferentes fases do artista, com temas que atravessam ancestralidade, celebração, espiritualidade, dor e futuro.
Entre os destaques está uma série inédita dedicada a artistas baianos, como Mestre Didi, Emanoel Araújo, Yedamaria, Estevão Silva e Rubem Valentim, reforçando o diálogo direto do artista com referências afro-brasileiras. “A Bahia é um dos lugares mais potentes do mundo. Aqui a arte pulsa”, resume.
Mesmo no espaço museológico, Zéh Palito mantém a essência do graffiti: gesto espontâneo, comunicação direta e urgência. Seu trabalho reivindica o retrato como monumento, colocando figuras negras como protagonistas. “Quero que uma criança negra entre no museu e se veja ali — poderosa, possível”, diz.
Combinando cultura pop e símbolos sagrados, o artista costura tradição e contemporaneidade. Para ele, o oceano que nasce do pranto também é espaço de resistência e afeto. “Apesar de todas as adversidades, seguimos nadando. E o amor sempre nos sustenta”, afirma.
Veja fotos:

Daniel Rangel e Zéh Palito

Salvador recebe a maior exposição individual de Zéh Palito no Brasil

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