O Dicionário de Cambridge escolheu “parassocial” como a palavra do ano de 2025, destacando a expansão do termo para o vocabulário cotidiano. A escolha foi influenciada, entre outros fatores, pela repercussão do noivado de Taylor Swift com Travis Kelce, que levou a um aumento expressivo nas buscas sobre o conceito em agosto.
Segundo o Cambridge, “parassocial” descreve a relação que uma pessoa cria com alguém que não conhece, geralmente uma figura pública, um personagem fictício ou até uma inteligência artificial.
A definição acompanha um fenômeno crescente nas interações digitais, em que fãs demonstram envolvimento emocional profundo com artistas e criadores de conteúdo. No caso de Swift, a cobertura mundial sobre o anúncio do noivado levou milhares de fãs a comentar a própria reação, muitas vezes reconhecendo esse comportamento.

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O termo tem origem em 1956, quando os sociólogos Donald Horton e Richard Wohl, da Universidade de Chicago, observaram que telespectadores desenvolviam vínculos com apresentadores de TV semelhantes aos estabelecidos com pessoas próximas.
Décadas depois, esse tipo de identificação se intensificou no ambiente digital. Para Colin McIntosh, editor do Dicionário de Cambridge, a escolha da palavra reflete “o ambiente de 2025”, já que um conceito antes restrito à academia hoje está amplamente disseminado. A versão eletrônica do dicionário registrou níveis altos de busca pelo verbete ao longo do ano.
Especialistas também apontam para os riscos desse tipo de vínculo. A professora Simone Schnall, da Universidade de Cambridge, ressalta que muitas pessoas criam relações parassociais tão profundas com influenciadores que passam a confiar neles como se fossem conhecidos íntimos, o que pode levar a comportamentos extremos de lealdade, mesmo sendo uma relação totalmente unilateral.
Além de “parassocial”, o Cambridge destacou outras palavras em ascensão em 2025, como “slop”, usada para se referir a conteúdo de baixa qualidade gerado por inteligência artificial.
Ao todo, cerca de 6 mil novos termos foram adicionados à edição eletrônica do dicionário neste ano, incluindo palavras como “tradwife”. A plataforma, que é gratuita, afirma ter cerca de 350 milhões de usuários e ultrapassa 1,5 bilhão de visualizações anuais.