A Fictor Holding Financeira anunciou, nesta segunda-feira (17), a aquisição do Banco Master, em uma operação que envolve um aporte imediato de R$ 3 bilhões para reforçar o capital da instituição, que atravessa dificuldades financeiras.
O acordo inclui investidores dos Emirados Árabes Unidos e ainda depende de aprovação do Banco Central (BC) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Com a conclusão das etapas regulatórias, o consórcio liderado pela Fictor ficará com todas as ações do atual controlador, Daniel Vorcaro, e escolherá um novo presidente para conduzir o banco.
O pedido submetido ao BC também prevê alterações na diretoria estatutária, formação de um novo conselho e mudança do nome da instituição para Banco Fictor.
Em comunicado, o Master esclareceu que o processo não envolve o Willbank e o Banco Master de Investimentos, que seguem em negociação com outros grupos.
Vorcaro afirmou que a combinação dos produtos atuais do Master com a estrutura de distribuição da Fictor deve impulsionar o novo banco. Segundo ele, o setor carece de mais concorrência e clientes tendem a ser beneficiados.
Rafael Góis, sócio da Fictor, disse que a transação marca a entrada definitiva do grupo no sistema financeiro brasileiro. Ele destacou o foco em governança e na oferta de produtos orientados às demandas do mercado nacional, reforçando que a empresa continuará priorizando investimentos na economia real.
Tentativa anterior do BRB foi barrada
A movimentação da Fictor ocorre poucos meses após o fracasso da tentativa de compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB). O acordo, anunciado em março, foi rejeitado cinco meses depois pela diretoria colegiada do BC, que apontou ausência de documentos essenciais para comprovar a viabilidade econômico-financeira da operação.
A aprovação do BC era o último ponto pendente, já que o Cade havia autorizado a transação em junho, e a Câmara Legislativa do Distrito Federal também havia aprovado uma lei permitindo a compra, sancionada pelo governador Ibaneis Rocha.
O plano previa que o BRB, de controle majoritário do governo do Distrito Federal, adquirisse 49% das ações ordinárias, 100% das preferenciais e 58% do capital total do Master. Após a negativa, o banco informou que pediria acesso integral à decisão do BC para avaliar os fundamentos e possíveis alternativas.