Mapa de 1840 encontrado em Londres pode finalizar disputa de território entre Piauí e Ceará

Mapa de 1840 encontrado em Londres pode finalizar disputa de território entre Piauí e Ceará

Redação Alô Alô Bahia

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Publicado em 01/06/2024 às 11:13 / Leia em 3 minutos

Uma disputa entre os estados do Piauí e do Ceará pode ser resolvida de uma forma inusitada. Tudo porque um mapa de 1840 encontrado por um professor da Universidade Federal do Piauí (UFPI) em uma pequena loja de antiguidades localizada em Notting Hill, foi adicionado pela Procuradoria Geral do Estado do Piauí como mais uma prova de que o Ceará se apropriou ilegalmente de parte do seu território.

De acordo com informações do UOL, desde 2011, os dois estados brigam na Justiça, em uma ação no STF, que contesta a titularidade do Ceará de uma área de 2.874 km². No local, vivem 25 mil moradores em 13 municípios, que se tornarão piauienses caso a corte aceite a alteração da divisa.

O governo do Piauí garante que a divisa deveria ter como base a Serra de Ibiapaba. No entanto, atualmente, grande parte da área a leste está no território do Ceará. Nessa divisão, 76% pertenceriam ao Ceará e 24% ao Piauí.

“O mapa que foi juntado confirma a tese piauiense e está em harmonia com os documentos juntados aos autos do processo”, afirmou Lívio Bonfim, chefe da Procuradoria do Patrimônio Imobiliário do Piauí, em entrevista ao UOL.

Em contraponto a tese defendida pelo governo do Piauí, o Grupo Técnico de Trabalho do Ceará informou ao Alô Alô Bahia que o mapa “está sendo utilizado pelo Piauí no litígio territorial contra o Ceará como se fosse um mapa de demarcação de fronteiras, quando, na verdade, trata das principais cadeias de montanhas do mundo”.

De acordo com a entidade, esse Atlas traz as montanhas de países como o Brasil, Itália, Espanha e Portugal. Em um trecho da referência, o grupo técnico apresenta: “‘Autor: Lizars, Daniel. Data: 1831. Título: Baixo Peru, Brazil, Paraguay. Editora: Edimburgo: John Hamilton; Londres.Publicado em: O atlas geográfico e histórico de Edimburgo, compreendendo um esboço da história da geografia e da história de cada continente, estado e reino, delineado. E uma visão tabular das principais cadeias montanhosas do mundo. Gravado em sessenta e nove placas de cobre e compilado a partir de materiais extraídos das fontes mais recentes e autênticas. Edimburgo: Publicado por John Hamilton, 15, South St. Andrew Street, sucessor de Daniel Lizars; Whittaker, Treacher, & Co., Ave-Maria Lane, Londres; e W. Curry, Jun. & Co., Dublin. (1831?)’”.

Ainda segundo o órgão, o documento não tinha o objetivo de delimitar divisas. “Além disso, são mapas sem escala e sem precisão cartográfica, pois almejavam somente desenhar as montanhas do mundo”. Para o grupo, mapas antigos não deveriam ser utilizados fora do contexto.

A relatora do caso, ministra Carmen Lúcia, depois de diversas tentativas de conciliação frustradas, determinou que o Exército fizesse uma perícia. A ação teve início em outubro do ano passado e foi custeada pelo governo do Piauí. Ainda em andamento, a perícia deve ter o resultado divulgado até o fim de julho, indicou o Exército.

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