Gabriela Duarte voltou a falar sobre o processo que a levou a se distanciar profissionalmente da mãe, Regina Duarte, após anos dividindo a cena em produções da TV.
Em entrevista ao Universa, ela explicou que o incômodo surgiu quando percebeu que o público já tratava as duas como uma espécie de dupla fixa, algo que, para ela, limitava seus caminhos como atriz.
Gabriela contou que iniciou a carreira muito cedo, mas que só mais tarde percebeu o quanto estava “misturada” profissionalmente com a mãe. A sensação de que não havia mais espaço para novas possibilidades sem que soassem artificiais foi determinante para a decisão de seguir sozinha.
“Quando entendi que não tinha mais para onde ir que não parecesse forçado, falei: ‘Chega’”, relembrou.
A reação do público, segundo a atriz, foi dura. Ela disse ao Estadão que muitos fãs reprovaram sua decisão. “As pessoas odiaram, claramente odiaram”, afirmou.
Gabriela destacou que, mesmo após cinco décadas de carreira, ainda sente a necessidade de afirmar sua própria identidade: “Fico impressionada que saí daquela barriga há 50 anos e ainda preciso provar que tenho o meu próprio CPF”.
Apesar do desgaste, Gabriela reconhece que trabalhar com a mãe também lhe trouxe segurança e cumplicidade. No documentário “As Helenas de Manoel Carlos”, dirigido por Júlia Almeida, ela destacou a parceria das duas em cena e o conforto de dividir o trabalho com alguém tão próximo.
Além de “Por Amor” (1997), as duas contracenaram em “Chiquinha Gonzaga” (1999) e “A Lei do Amor” (2016), quando Gabriela interpretou a versão jovem de Regina Duarte.