Espumante e vinho tinto baianos são premiados com Ouro e Prata em concurso internacional

A produção baiana voltou a ocupar posição de protagonismo no cenário da vitivinicultura nacional. O Espumante Terranova Moscatel e o Miolo Testardi, ambos elaborados no Vale do São Francisco, figuram entre os grandes premiados do Brasil Selection by Concours Mondial de Bruxelles, realizado de 20 a 22 de outubro no Spa do Vinho, em Bento Gonçalves (RS).

O Terranova Moscatel conquistou Medalha de Ouro, enquanto o Miolo Testardi foi reconhecido com Medalha de Prata. Outros dois rótulos do Sertão nordestino, produzidos no lado pernambucano do vale, também foram premiados com Prata: o Garziera Resiliente Corte I e o Frisante Rio Valley Moscatel Rosé, reforçando a força da região no cenário brasileiro.

Considerado um dos concursos de vinhos mais respeitados do mundo, o Concours Mondial de Bruxelles (CMB) comandou a avaliação, que reúne apenas bebidas brasileiras. As degustações foram conduzidas por um júri internacional formado por 35 especialistas do Canadá, Estados Unidos, Peru e Bélgica, além de enólogos, sommeliers e master blenders brasileiros. Ao todo, 486 amostras de vinhos e cachaças de diferentes regiões produtoras do país foram analisadas às cegas.

“Recebemos os resultados com muita alegria. São premiações que consolidam o Vale do São Francisco como terroir que une qualidade, diversidade e singularidade; e também chancelam nossa entrada em novos mercados, inclusive internacionais”, afirma Rodrigo Fabian, diretor executivo do Instituto do Vinho do Vale do São Francisco (VINHOVASF).

Fabian destaca ainda o momento crescente da região, impulsionado pelo aumento das exportações de vinhos e espumantes finos, pela presença em eventos de grande porte como a ProWine São Paulo e pela certificação dos rótulos na Indicação de Procedência (IP) Vale do São Francisco. “Estamos finalizando 2025 com a certeza de que nossa região está só iniciando sua melhor fase”, acrescenta.

O Brasil Selection segue o rigor técnico do CMB: apenas bebidas registradas no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) podem concorrer, mediante apresentação de laudo técnico emitido por laboratório credenciado, comprovando conformidade sanitária e pureza. As provas são realizadas de forma totalmente às cegas e em ambiente controlado, com registro das avaliações em tempo real por um sistema de inteligência artificial desenvolvido especialmente para o concurso.

Em respeito às normas internacionais, apenas cerca de 33% das amostras inscritas recebem medalha, sendo entre 3% e 5% reconhecidas com a Grande Medalha de Ouro. As distinções de Ouro e Prata são entregues conforme a pontuação alcançada, acompanhadas de diplomas que registram o produto, a safra e o tipo de premiação. A seleção restrita reforça o prestígio e a credibilidade das medalhas concedidas.