Considerado um dos mais renomados nomes da literatura brasileira, Itamar Vieira Junior deu a sua opinião sobre o manifesto de escritores contra o uso de plástico. O autor de Torto Arado disse que o documento não chegou em suas mãos e avaliou que o gesto é “bem-vindo, mas não resolve os problemas do mundo”. De acordo com o baiano, outras mudanças também são importante.
“Acho o manifesto importante. São pequenos gestos que fazem diferença, mas acho que, além disso, precisamos partir para ações mais concretas. Resolver o problema de resíduo é importante, mas não resolve tudo. Acho que precisamos mudar a maneira como nos relacionamos com o mundo, como habitamos o mundo, até como a gente se alimenta, porque o Brasil é um grande consumidor de carne e esse consumo tem devastado florestas nativas, como a Amazônia. Então, é preciso uma mudança mais radical. É um gesto que é bem-vindo, mas não resolve os problemas do mundo. Acho que precisamos de mais”, declarou.
Vale lembrar que, no último mês de outubro, Itamar foi anunciado como um dos curadores da Bienal do Livro Bahia, principal evento de literatura, cultura e entretenimento do Nordeste. Com o tema “Bahia: identidade que ecoa nos quatro cantos do mundo”, o evento acontece de 15 a 21 de abril de 2026, no Centro de Convenções Salvador, com expectativa de público superior a 120 mil visitantes.
Entenda
Neste mês de novembro, em meio a COP30, personalidades como Ana Maria Machado, André Trigueiro, Bruna Lombardi, Chico Buarque, Eliana Alves Cruz e Patricia Pillar assinaram um manifesto contra o uso, no mercado editorial, de plástico nas embalagens dos livros. Segundo cálculos feitos pelo líder da iniciativa, o gestor cultural Afonso Borges, cerca de 360 a 700 toneladas do material foram usadas com essa finalidade em 2024.
“Aparentemente inofensiva, essa película é, na verdade, o símbolo de uma contradição profunda: a de uma indústria que produz cultura e conhecimento, mas ainda não aprendeu a lidar com o impacto ambiental que causa”, diz Borges.