Mais de um ano após ser demitido do Barcelona, Xavi Hernández admitiu, em palestra sobre liderança em Barcelona, que relaxou a cobrança sobre o elenco e viu os padrões caírem, erro que considera decisivo para sua saída do cargo, segundo matéria publicada pelo ge.
Ao relembrar o período no clube, o ex-meio-campista contou que iniciou a carreira de técnico no Barça estabelecendo exigências muito altas para jogadores e direção, mas que manteve esse nível apenas até a conquista de LaLiga e da Supercopa. Depois disso, reconhece que afrouxou o controle e, ao olhar para trás, disse ter se perguntado: “Caramba, o que aconteceu comigo?”, numa autocrítica pública rara para um ídolo do clube.
Xavi assumiu o comando em novembro de 2021 e conduziu o Barcelona aos títulos do Campeonato Espanhol e da Supercopa da Espanha em 2022/23, as primeiras taças após a saída de Messi. A temporada seguinte, porém, foi marcada por queda de desempenho: o time terminou em segundo lugar em LaLiga, acumulou eliminações dolorosas em competições europeias e fechou o ano sem títulos, cenário que culminou na demissão em maio de 2024.
Na palestra, o ex-treinador detalhou que, ao baixar os padrões, percebeu mudança clara na postura do elenco. Segundo ele, a atitude, o respeito e o esforço diário já não eram os mesmos, e a exigência foi caindo “até o ponto em que, na última temporada, não ganhamos nada”. Xavi também admitiu que faltou autocrítica naquele momento e que só conseguiu enxergar a gravidade da situação quando já estava fora do cargo, tratando o episódio como uma lição para a sequência da carreira.
Desde a saída do Barcelona, o espanhol segue sem clube, mas afirma que quer continuar na beira do campo. Ele revelou ter recusado algumas propostas e diz estudar com calma o próximo projeto, com a intenção de aplicar o aprendizado sobre manter um nível de cobrança constante, independentemente de títulos recentes ou do ambiente de euforia em torno da equipe.
Enquanto Xavi revisita o passado, o Barça vive nova fase sob o comando de Hansi Flick, contratado após sua demissão. O time reagiu com títulos importantes, como Liga e Copa do Rei, mas ainda convive com questionamentos sobre regularidade e solidez defensiva, o que mantém vivo o debate interno sobre o legado do ídolo no banco e os desafios da reconstrução pós-2024.