Brasil tem os maiores salários em tecnologia da América Latina, aponta relatório internacional

Brasil tem os maiores salários em tecnologia da América Latina, aponta relatório internacional

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Tiago Mascarenhas

Freepik

Publicado em 10/11/2025 às 09:59 / Leia em 2 minutos

Profissionais brasileiros da área de tecnologia recebem os salários mais altos da América Latina, segundo o relatório The State of Global Compensation 2025, elaborado pela multinacional de recursos humanos Deel.

O estudo analisou mais de 1 milhão de contratos em 150 países e aponta que engenheiros e cientistas de dados no Brasil ganham, em média, US$ 67 mil por ano, cerca de R$ 358,9 mil anuais, ou R$ 31,8 mil mensais.

O valor supera o registrado em outros países da região, como México (US$ 48 mil por ano, o equivalente a R$ 273 mil) e Argentina (US$ 42 mil, ou R$ 239 mil).

Ainda que os números fiquem abaixo dos de mercados como Estados Unidos, Canadá e Reino Unido, onde os salários anuais chegam a US$ 150 mil, aproximadamente R$ 855 mil, o Brasil lidera com folga entre os países latino-americanos.

O levantamento mostra que o crescimento do setor acompanha a valorização global de profissionais especializados, impulsionada pela demanda por talentos em inteligência artificial e por modelos de remuneração mais flexíveis.

No país, 84% dos contratos de tecnologia são de trabalhadores independentes (freelancers), especialmente nas áreas de engenharia e dados. Em produto e design, esse número é de 79%, e em vendas e marketing, de 55%.

Embora essa prática ofereça mais agilidade e reduza custos para as empresas, o relatório alerta para desafios trabalhistas e risco de precarização, já que muitos desses profissionais atuam sem vínculos formais.

Mesmo assim, o Brasil tem se consolidado como um mercado competitivo para companhias internacionais que buscam especialistas com custos mais acessíveis.

Outro ponto em destaque é o uso crescente de participação acionária (equity) como forma de atrair e reter talentos, tendência que vem se fortalecendo desde 2021, especialmente entre startups. Nesse modelo, o profissional recebe uma parcela societária da empresa, tornando-se sócio e podendo lucrar com sua valorização.

O estudo também revelou desigualdade de gênero nos salários da área. Mulheres que atuam em engenharia e dados ganham, em média, 29,5% menos que homens, US$ 62 mil anuais, contra US$ 88 mil.

Em produto e design, a diferença é de US$ 14 mil (US$ 96 mil para mulheres e US$ 110 mil para homens). Já em vendas e marketing, elas recebem US$ 61 mil por ano, enquanto eles chegam a US$ 66 mil.

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