Ana Maria Gonçalves faz história e se torna a primeira mulher negra da ABL

Ana Maria Gonçalves faz história e se torna a primeira mulher negra da ABL

Redação Alô Alô Bahia

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Tiago Mascarenhas

ABL/Reprodução/Instagram

Publicado em 07/11/2025 às 21:03 / Leia em 2 minutos

A escritora mineira Ana Maria Gonçalves tomou posse, nesta sexta-feira (7), na cadeira 33 da Academia Brasileira de Letras (ABL), em cerimônia realizada no Petit Trianon, sede da instituição no Centro do Rio de Janeiro.

Aos 54 anos, prestes a completar 55, ela se tornou a primeira mulher negra e a acadêmica mais jovem a ocupar uma das 40 cadeiras da ABL desde sua fundação, em 1897.

A autora de “Um defeito de cor” sucede o linguista Evanildo Bechara, falecido em maio deste ano. Durante a solenidade, foi recebida pela antropóloga e historiadora Lilia Schwarcz, recebeu o colar acadêmico das mãos de Ana Maria Machado e o diploma entregue por Gilberto Gil.

Foto: Reprodução/Instagram

Também participaram da cerimônia nomes como Fernanda Montenegro, Miriam Leitão, Rosiska Darcy de Oliveira, Domício Proença Filho, Geraldo Carneiro e Eduardo Giannetti.

Em seu discurso, Ana Maria emocionou o público ao agradecer a presença dos pais e familiares: “Sem esse núcleo de apoio que nossa família cultivou eu nada seria”, afirmou.

O fardão usado por ela na ocasião foi confeccionado por integrantes da Portela, escola de samba que homenageou Um defeito de cor em seu desfile de 2024,  também lembrado em sua fala de agradecimento.

Foto: Reprodução/Instagram

Natural de Ibiá, Minas Gerais, Ana Maria Gonçalves é escritora, roteirista, dramaturga e professora de escrita criativa. Após 15 anos trabalhando com publicidade, dedicou-se integralmente à literatura e publicou, em 2006, o romance “Um defeito de cor”, vencedor do Prêmio Casa de Las Américas, em Cuba, no ano seguinte.

A obra, que levou cinco anos para ser concluída, narra a trajetória de Kehinde, uma mulher negra sequestrada no antigo Reino do Daomé e trazida como escravizada à Bahia, inspirada em Luiza Mahin, mãe do abolicionista Luís Gama. O livro se tornou referência na literatura afro-brasileira e consolidou o nome da autora no cenário nacional e internacional.

Ana Maria também é sócia-fundadora da Terreiro Produções, já publicou contos em diversos países e foi escritora residente em universidades norte-americanas como Tulane, Stanford e Middlebury.

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