Após mais de dez anos presa, Elize Matsunaga tenta recomeçar a vida no interior de São Paulo. Desde que obteve liberdade condicional em 2022, ela vive em Franca, onde leva uma rotina discreta e reservada. Aos 44 anos, a ex-presidiária precisa seguir as regras do regime aberto, como manter endereço fixo, trabalhar e não deixar a cidade sem autorização judicial.
Nos primeiros meses fora da penitenciária de Tremembé, Elize chegou a trabalhar como motorista de aplicativo, mas desistiu após a exposição e críticas. Desde então, passou a se dedicar à confecção de roupas e acessórios para pets.
O ponto mais delicado dessa nova fase é a distância da filha, hoje com 15 anos, criada pelos avós paternos desde o crime. A adolescente não tem contato com a mãe e, segundo decisão judicial, só poderá decidir se deseja vê-la quando atingir a maioridade. Elize tenta manter algum vínculo por meio de ações judiciais, mas segue sem autorização para visitas ou comunicações diretas.
Condenada por matar e esquartejar o marido, o empresário Marcos Kitano Matsunaga, em 2012, ela ficou conhecida após o caso se tornar um dos crimes mais comentados do país. Em 2016, recebeu pena de 19 anos e 11 meses de prisão, reduzida depois para 16 anos e 3 meses.
Antes de deixar o presídio, Elize deu seu primeiro depoimento público na série documental “Elize Matsunaga: Era uma vez um crime”, da Netflix, lançada em 2021. Desde então, evita entrevistas e tenta manter o anonimato enquanto reconstrói a vida fora da prisão.