Senado dos EUA aprova projeto para derrubar tarifas de Trump contra o Brasil

Senado dos EUA aprova projeto para derrubar tarifas de Trump contra o Brasil

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Tiago Mascarenhas, com informações da Associated Press

The White House

Publicado em 28/10/2025 às 21:51 / Leia em 3 minutos

O Senado dos Estados Unidos aprovou, na noite desta terça-feira (28), um projeto de lei que busca anular as tarifas impostas pelo presidente Donald Trump a produtos brasileiros como petróleo, café e suco de laranja.

A proposta, de autoria do senador democrata Tim Kaine, da Virgínia, segue agora para a Câmara dos Representantes, onde enfrenta resistência da maioria republicana.

Segundo Kaine, o objetivo é expressar descontentamento com a política tarifária do governo e incentivar o debate sobre “a destruição econômica causada por ela”.

A medida pretende revogar o estado de emergência nacional decretado por Trump, que permitiu a aplicação de tarifas de até 50% sobre as importações do Brasil desde agosto.

A Associated Press informou que Kaine pretende apresentar novas resoluções para suspender tarifas contra outros países, como o Canadá, ainda nesta semana.

Negociações entre Brasil e EUA ganham fôlego

A decisão do Senado ocorre em meio ao avanço das conversas bilaterais entre Brasil e Estados Unidos. No último domingo (26), os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump se reuniram por cerca de 45 minutos para tratar das tarifas, em um encontro descrito como cordial.

“O que importa em uma negociação é olhar para o futuro. A gente não quer confusão, quer resultado”, disse Lula. Trump, por sua vez, afirmou que o diálogo foi “muito bom”, mas ponderou que isso não garante um acordo imediato.

Na segunda-feira (27), representantes comerciais dos dois países iniciaram a primeira rodada de negociações, com a presença do chanceler Mauro Vieira, do secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Márcio Rosa, e do embaixador Audo Faleiro. O grupo estabeleceu um calendário de reuniões voltadas aos setores mais afetados pelas tarifas.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, informou que ainda não há nova data marcada, mas o governo brasileiro demonstrou abertura para discutir temas amplos, de minerais estratégicos a açúcar e etanol.

Lula também sugeriu suspender temporariamente as tarifas durante as negociações, como já ocorreu com México e Canadá.

Durante o encontro, o presidente brasileiro contestou a justificativa norte-americana para as sanções e apresentou um documento apontando que, nos últimos 15 anos, os Estados Unidos acumularam um superávit de US$ 410 bilhões na balança comercial com o Brasil.

“No G20, só três países têm superávit com os EUA: Brasil, Reino Unido e Austrália”, destacou Lula.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Amcham e outras entidades empresariais consideraram o diálogo um “avanço concreto” e esperam que um acordo definitivo seja firmado nas próximas semanas. Segundo Mauro Vieira, o objetivo é concluir em breve uma negociação bilateral que solucione os impasses tarifários.

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