O artista plástico baiano Alberto Pitta terá suas obras expostas pela primeira vez de forma abrangente nos Estados Unidos. Ele é um dos destaques da mostra “Carnival, Struggle and Other Brazilian Stories”, que será inaugurada no dia 30 de outubro, na Nara Roesler, em Nova York, e segue em cartaz até 6 de janeiro de 2026.
A exposição, com curadoria de Luis Pérez-Oramas, reúne também trabalhos do artista carioca Elian Almeida, propondo um diálogo visual entre duas gerações marcadas pela afirmação da cultura afro-brasileira.

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Reconhecido como uma das figuras centrais do Carnaval de Salvador, Pitta construiu uma trajetória de mais de quatro décadas explorando o poder simbólico dos padrões ornamentais afro-brasileiros.
Filho da ialorixá Mãe Santinha de Oyá, ele foi introduzido ainda jovem ao universo dos tecidos e bordados, o que viria a moldar sua identidade artística. A partir dos anos 1980, Pitta passou a criar estamparias e composições têxteis que se tornaram ícones da estética dos blocos afro e dos cortejos de rua da capital baiana.
Na exposição, suas obras dialogam com as pinturas de Elian Almeida, artista que representa uma nova geração comprometida com a reinterpretação da história e da representação do corpo negro na arte. Almeida revisita narrativas e personagens marginalizados, tratando memória e ancestralidade como dimensões vivas.
Durante uma viagem recente a Salvador, ele visitou o ateliê de Pitta e voltou a experimentar a técnica da serigrafia sob orientação do mestre baiano, incorporando texturas e camadas que ampliam o alcance expressivo de seu trabalho.